Título: DEMOCRACIA:
Aprender a ser, aprender a fazer - PLANO
FORMAÇÃO para o os AGENTES DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR (AOE)
Instituição
proponente: EE Prof
Isaac Schraiber
Antonio Carlos de Oliveira – vice
diretor. Julho 2015
Introdução
/ Justificativa:
Menos
estudo, menos salário?
Discordo da afirmação de Jô Soares, o
material escolar mais barato, da praça não é só o professor, apesar desse
realmente ser barato e pouquíssimo valorizado. É o funcionário de escola (nesse
caso do estado de SP) que esta recebendo como salário inicial algo em torno de
950 reais por mês, o menor salário entre os profissionais da escola.
Alguns mais obtusos argumentarão que a
diferença salarial entre os profissionais da escola tem relação com a pouca
formação dos funcionários, a maioria estudou somente até o ensino médio.
Obtusos porque sem eles seria impossível
trabalhar, tamanha seria a sujeira, os alunos passariam fome, toda vida escolar
dos alunos e funcional dos próprios professores ficariam por fazer.
Devido ao problema da falta de emprego
de forma geral, equivocadamente, para muitos, o serviço público ainda é uma, ou
a única alternativa. Muitos desses trabalhadores têm formação para além do
ensino médio, mas poucas oportunidades.
Considerando a afirmação de Paulo
Freire que todos somos potencialmente educadores, apesar de exercermos funções
diversas essa diferença salarial não se justifica, sabemos o quanto que alguns
funcionários se destacam positivamente na relação educadora com os alunos.
Em “A Conquista do Pão”[1],
Piotr Kropotkine, o geógrafo, anarquista russo afirma que,
“Tudo o que foi produzido pela humanidade foi
usurpado por alguns. (...) Em virtude dessa organização monstruosa” (Kropotkin,
1975: 27),
Assim, continua ele, não existe
justificativa para as diferenças salarias. O engenheiro tem uma formação
diferente da pessoa que limpa sua casa? Fato! Porém esse se apropriou do
conhecimento que foi socialmente produzido, mas que só é acessível a um pequeno
número de privilegiados na sociedade. Enquanto ele estudava porquê de alguma
forma teve privilégios, alguém menos privilegiado cuidou de sua casa, preparou
suas refeições etc, Dessa forma, também dando condições para que ele estudasse.
Por outro lado existe toda uma ciência em limpar uma casa, preparar refeições,
etc. Conhecimento esse que o engenheiro também não domina.
Concluo que se existem salários
diferentes, esses não se dão tão somente pelas diferentes formações, pois que a
priori em termos de aptidão ou inteligência todos somos capazes[2],
mas sim pela forma desigual como nos apropriamos desse conhecimento. Uns
privilegiados se apropriam do conhecimento enquanto outros com menos acesso tem
de se submeter as forma de emprego possíveis.
Funcionário
de escola, SER quase invisível.
“Eles são os que primeiro
te recebem na entrada e os últimos a se despedirem na saída, ainda assim,
muitas vezes são invisíveis”[3]
A.C.O.
Agente de Organização Escolar, AOE, é
a denominação para os funcionários das escolas estaduais de SP, profissionais
que trabalham no setor administrativo e “operacional” nesse caso, uma espécie
de inspetor de alunos. O setor da limpeza e alimentação estão sendo
continuamente terceirizados. Enfim todos pouquíssimo valorizados em termos
salariais e planos de carreira.
Com o crescente processo de
terceirização desses setores dentro das escolas em São Paulo sejam estaduais ou
municipais, observamos maior precarização dos direitos trabalhistas e perda
salarial, a terceirização, grande conquista para os patrões, traz enormes
prejuízos aos trabalhadores[4].
De outro lado os AOE são bastante
subestimados em suas capacidades intelectuais o que é uma pena, pois se perde
um enorme potencial em termos de conhecimento da realidade concreta da escola,
afinal são eles que convivem com os alunos em condições diferenciadas dos
demais profissionais da escola.
Os que trabalham na secretaria atendem
as pessoas com todo tipo de dúvidas e solicitações pessoalmente ou por
telefone. Mesmo que automático, abrem e fecham o portão, assim, é deles a
responsabilidade por solicitar a identificação e as primeiras informações sobre
o motivo da entrada, sendo muitas vezes, obrigados a barrar alguém até
autorização superior. Essa rápida descrição de algumas tarefas as fazem
parecerem simples? Ledo engano. É uma enorme responsabilidade.
Fazem toda a escrituração da vida
escolar dos alunos e da vida funcional dos professores e demais profissionais,
menos os terceirizados. Enorme responsabilidade, pois um erro pode levar a
consequências catastróficas para a pessoa que prejudicada bem como o
profissional.
Ficam 9 horas na escola, 8 dessas
trabalhando e muitas vezes para ter algum descanso durante o almoço tem de sair
da escola ou se esconder dentro da cozinha, do contrário a própria forma de ser
de muitos deles os leva a deixar o merecido repouso para ajudar os colegas
atolados em trabalho.
Quando as pessoas vêm até o guichê da escola
geralmente é para resolver problemas, alguns dos quais a escola e
principalmente seus funcionários não tem a prerrogativa de poder responder ou
solucionar, em muitas dessas vezes esses trabalhadores são destratados e
desrespeitados, em algumas até ameaçados.
São profissionais com grande
conhecimento sobre a vida de muitos alunos, o cotidiano da escola e mesmo assim
pouco valorizados em sua potencialidade intelectual.
Os que trabalham diretamente com
alunos e professores, antigamente chamados de “bedel”, recentemente de inspetores,
são os primeiros mediadores entre os vários conflitos e confusões que surgem
entre os alunos ou desses com professores.
Grandes conhecedores dos alunos e suas
famílias cumprem papel essencial dentro da escola. Infelizmente por esse papel
muitas vezes são desrespeitados pelos alunos assim como alguns professores.
Os AOE são de fato pouco valorizados
pelos contratantes, os vários administradores nas diversas secretarias de
educação, com baixo salário e nenhuma possibilidade de crescimento na carreira
profissional a não ser mudando de função / cargo. São de fundamental
importância quando pensamos que alguns deles sendo pais de alunos da escola
participam da APM e do Conselho de Escola.
Invisíveis para muitos, desvalorizados
por outros, esses profissionais da escola cumprem papel importante, mas não são
devidamente convidados a participar da vida escolar, especialmente da gestão
democrática participativa da escola.
Conhecem a rotina da escola, entendem
da importância de muitos aspectos da administração escolar ainda assim são
pouco convidados a contribuir para uma gestão escolar mais transparente,
envolvente, democrática.
Pouco ou nunca participam das reuniões
pedagógicas, dos momentos de planejamento e organização escolar, também não
contam com momentos específicos de reunião, organização e formação para suas
necessidades especificas e as da escola.
Eis um quadro negativo de uma parcela
importante dos profissionais da escola.
LUTAR PARA SE ORGANIZAR, SE ORGANIZAR
PARA LUTAR.
Do ponto de vista da organização de
trabalhadores as duas melhores experiências que vivenciei como educador e
coordenador foram na Ação Educativa (2001 a 2003), e o CEDECA – Centro de
Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes Monica Paião Trevisan (2004 a
2005).
Fui contratado pela Ação Educativa
para trabalhar em um projeto do Governo Federal para o fortalecimento das
lideranças juvenis na Cidade Tiradentes, zona leste. Nessa época era uma das
regiões de maior exclusão social da cidade e com altíssimo índice de vulnerabilidade
social.
Trabalhava em uma associação de
moradores ou uma escola estadual, fazia reuniões mensais para avaliação das
atividades e do projeto. Esses momentos foram considerados como parte de nossa
jornada de trabalho, ou seja, era pago pelos momentos de formação e organização
que participava.
Como atuava em várias regiões (CT,
Brasilândia e Cata Preta) com vários grupos, tinha um coordenador que
frequentava os grupos e um coordenador geral que alem de comparecer aos grupos
era quem estava em todos os momentos de formação e organização.
Nesses momentos de organização ou
formação a troca de experiências entre os profissionais era constante, aprendi
muito com os demais trabalhadores. Tudo era coletivamente discutido, sendo que
dependendo do assunto a palavra final era dos próprios jovens.
No CEDECA comecei como arte educador e
depois passei a coordenador de projeto. Eram vários projetos atendendo a
população carente, principalmente os jovens e seus familiares.
Mensalmente nos reuníamos com toda a
equipe do projeto. Coordenador, administrativo, operacional, oficineiros e
monitores. Nesses momentos basicamente fazíamos uma avaliação do que havia sido
planejado e realizado. Dependendo do resultado, coletivamente conversávamos
sobre o que deixou de ser realizado ou que ficou a desejar. Verificávamos quem
eram os responsáveis, se esses precisam de colaboração de outros. Retomávamos
ou modificávamos o planejamento e dávamos continuidade ao trabalho.
Comentávamos quando que o espaço
estava ficando mais sujo e quem trabalhava ou frequentava naquele momento,
conversávamos o que poderia ser feito para melhorar.
Na semana seguinte o coordenador com
outro profissional do projeto, (era escolhido em rodízio), se reuniam com os
demais coordenadores, o funcionário do administrativo e o coordenador da
entidade.
A pauta era praticamente a mesma do
citado anteriormente: 1)Informes, 2)avaliação do planejado, 3)Responsáveis
pelas ações, 4) permanências ou mudanças no planejamento.
Era muito interessante porque às vezes
um projeto socorria o outro, sabendo das atividades divulgávamos as mesmas nos
demais projetos, incluíamos em nossas publicações. Às vezes um jovem que
atendíamos tinha um irmão em outro, o responsável era atendido por outro
serviço, assim tínhamos uma visão do jovem e da família, do particular e do
geral.
Sabíamos muito de tudo, comentávamos,
discutíamos, participávamos, colaborávamos, criticávamos, modificávamos quando
necessário.
Finalmente os responsáveis pelos
projetos e o coordenador geral se reuniam com o presidente da entidade e as
demais lideranças do bairro: religiosos, responsáveis por outras ONGs,
diretores de escola, políticos, etc.
Conversávamos sobre o CEDECA, as ações
dos demais, quais eram os problemas mais urgentes para o bairro e como
poderíamos interferir de forma positiva.
Importante citar que o CEDECA estava
localizado no Jardim Planalto (ZL), atendia a população de vários bairros,
inclusive do Parque Santa Madalena onde estava localizada a favela do jardim
Elba.
Parte dessa favela do Jd Elba é área
de risco e sempre que tinha um período prolongado de chuva ou chuvas intensas
havia deslizamentos e todos os problemas advindos disso.
Tinha uma espécie de “drive thru” do trafico, sendo um
dos locais onde o trafico era mais forte e intenso na cidade de SP, podemos
dizer onde os jovens estavam mais expostos a sedução do uso e do trabalho no
trafico bem como a intensa repressão policial.
Público
alvo;
- Agentes de Organização Escolar da
secretaria e os que trabalham no atendimento direto a alunos e
professores.
Convidaremos os demais que são
terceirizados, contudo esses dependem da liberação da empresa para quem
trabalham.
Objetivos
Gerais:
- Proporcionar momentos de formação
para os agentes de organização escolar e trabalhadores terceirizados da
escola.
Objetivos
específicos;
- Garantir momentos de formação que
fortaleçam os AOE - agentes de organização escolar para que esses venham a
participar da gestão democrática e participativa da escola.
- Inserir os agentes de organização
escolar nas reuniões pedagógicas e outras onde possam vir a contribuir
para melhorar a gestão democrática e participativa da escola.
- Proporcionar momentos para que os
agentes de organização escolar se organizem entre si, trazendo para os
demais profissionais e gestores da escola as questões que os afligem e
suas sugestões.
Metas
Fazer uma reunião de formação e
organização dos AOE por bimestre.
Ver calendário e garantir que ao menos
um de cada setor possa participar das reuniões pedagógicas, do Conselho de
Classe e serie, Associação de Pais e Mestres e do conselho de escola.
OBS.: Formação, integração, interação
e organização impõem-se enquanto urgente necessidade.
Como os AOE trabalham com o publico e
a escola não pode fechar (não pode deixar de atender) nos dias letivos, estão o
tempo todo atendendo o publico em geral ou realizando suas tarefas especificas.
Essa é uma das dificuldades desses
profissionais para ter a disponibilidade de tempo para formação e reuniões.
Algo que para ser contornado é necessário conversa entre as supervisoras de
ensino que atendem as escolas e as direções das mesmas, depois poderia ser
discutido e aprovado nos Conselhos de escola o que envolveria os demais
segmentos das comunidades escolares.
Atividades,
metodologia ou estratégias, procedimentos, técnicas e instrumentos;
Planejamos as atividades em duas
situações distintas que se dialogam constantemente. Presumimos que a FORMAÇÃO contribui
para aprimorar o processo de ORGANIZAÇÃO.
Formação e organização são passos para
o aprimoramento profissional e pessoal para realizar nosso trabalho, para
melhorar o serviço que prestamos a sociedade.
A organização deve nos levar a buscar
mais formação para também lutar para garantir e ampliar os direitos
conquistados.
Em nosso caso, trabalhadores de
escolas públicas estatais localizadas na periferia da cidade temos de lutar
para garantir uma educação de qualidade e que atenda aos anseios dos filhos dos
trabalhadores e seus responsáveis.
FORMAÇÃO:
1.Sensibilização: Nas
conversas com os AOE percebemos:
- Sentimento de descaso dos órgãos competentes em
relação a formação profissional e a carreira;
- Distanciamento desses profissionais em relação
à gestão democrática da escola;
- Pouca valorização de suas ações por parte dos
demais profissionais.
- Pouca valorização por parte dos alunos, seus
responsáveis e a comunidade em geral.
A sensibilização
com esses passa pela sua valorização como pessoas e profissionais.
Primeiro
vamos ler e discutir as frases indicadas no anexo 1.
No mesmo
encontro ou outras oportunidades assistir aos filmes[5]
motivacionais de Daniel Godri:
·
Cachorro
e gato (completa) - Daniel Godri https://youtu.be/3Ttor0kuAUA
·
3 tipos
de profissional filme motivacional de Daniel Godri https://youtu.be/RGgS_2ajq9E
A cada
encontro, parte do mesmo será dedicado a leitura “deleite” e ao momento de discussão
sobe valorização.
2.Discussão de textos:
* Gênese
da historia dos funcionários (anexo 2)
* Gestão
democrática – nos sistemas da escola – técnico em gestão escolar (anexo 3)
* LIBÂNEO, José Carlos. “O
sistema de organização e gestão da escola” (anexo 4)
Com os
textos pretendemos:
- Resgatar
um pouco da história dos funcionários de escola também para valoriza-los
demonstrando que há séculos esses prestam um importante serviço à
educação.
- Conhecer as instituições auxiliares (APM,
Conselho de escola, etc) objetivos e finalidades, constituição e formas de
ação.
- Explicitar as possibilidades de atuação nas
muitas facetas da escola para contribuir para uma gestão democrática.
Esclarecimento:
Devido a
minha pouca experiência com a formação especifica dos trabalhadores AOE e dos
terceirizados, acredito que seja oportuno, antes de definir outros temas
verificar com eles quais assuntos, que pensando a partir de sua realidade
profissional, seja por conta do desejo de conhecer mais ou a partir das maiores
dificuldades que são mais interessantes estudar.
Contudo
sugiro alguns outros temas/assuntos que podem ser interessantes, entre esses:
- A organização de rotinas de trabalho[7]
- Tecnologia aplicado no trabalho.
- Diferentes maneiras de atendimento ao público.
- As fases de desenvolvimento.
Em nosso
caso da pré adolescência a fase adulta.
Muitos veem
as ações dos jovens como provocações, resultado de simples desajustes sociais.
A adolescência se caracteriza como uma fase de construção da idade adulta,
nesse sentido ocorre um exercício onde o jovem vai descobrindo e construindo os
próprios limites da sua personalidade.
Na escola,
como servidores públicos contratados pelo Estado, além de “representarmos” o
ESTADO, somos trabalhadores, também representamos a AUTORIDADE ADULTA, aquele
que muitas vezes faz o que a própria família deixa de fazer, ESTABELECER certos
LIMITES para o convívio social.
Nesse
processo o jovem exercita a construção de sua identidade provocando os
trabalhadores, os adultos. Esse exercício não obrigatoriamente fara dele um adulto
irresponsável, ao contrário muitas vezes o revemos anos depois e verificamos o
quanto ele se tornou, ou não, bom profissional, pai cuidados, cidadão
respeitoso.
Assim também
contribuímos quando numa relação dialógica demonstramos os limites que esses
precisam reconhecer nas relações sociais que estabelecerão com outros agentes
sociais.
O que pode
levar a outro tema:
- O estimulo ao protagonismo juvenil e o grêmio
estudantil[8].
Conhecer
melhor a fase da adolescência pode contribuir para que o profissional perceba
que a ação provocativa não é algo pessoal contra ele é dirigido contra sua
representação simbólica. Também que essa fase pode ser de uma rebeldia
direcionada para algo menos destrutivo e mais criativo como por exemplo a ação
no grêmio estudantil.
ORGANIZAÇÃO:
3.Encontros entre os AOE e demais
profissionais operacionais e administrativos.
Existem algumas possibilidades
objetivamente pensei nessas:
a) Reunião por setor, exemplo:
secretaria e “corredor”, cozinha e limpeza. Depois de cada setor sai uma pessoa
que vai para uma reunião com representantes do demais setores e trazem o que
cada setor discutiu, avaliou e está propondo.
b) Reunião por período. Num certo
momento todos se reúnem e discutem. Depois se reúnem com os profissionais do
outro período.
c) Reunião fora do horário de trabalho
no contra turno ou aos sábados (o que por razões legais é mais difícil) sendo
que essas horas de encontro poderiam compor um banco de horas para alguma
emergência.
Após esses encontros um ou dois
representantes participam nas reuniões da equipe gestora (Direção, GOE, PCs,
mediadoras).
Marcando antecipadamente podem
participar de algum ATPC (aula de trabalho pedagógico coletivo) que ocorre
semanalmente para tratar de algum assunto urgente.
A pauta nas reuniões entre esses
trabalhadores ou com a equipe gestora poderia conter itens “fixos”, por
exemplo: o que foi planejado, o que foi realizado, quem eram os responsáveis, o
que será realizado, quem serão os responsáveis e quais os prazos.
Dessa forma antecipadamente se saberá
o que será discutido e que ao termino devera ocorrer um encaminhamento.
4.Organização
para que os AOE e outros participem das reuniões pedagógicas e outras.
Como afirmei esses profissionais são
detentores de grande saber sobre a escola, os alunos, suas famílias e o entorno.
Infelizmente não é comum que esses profissionais participem, tanto quanto
poderiam ou deveriam dos momentos de planejamento e outros. Em algumas
situações não se sentem preparados (importância da formação e integração), em
outros não desejam ir e ai as razões precisam ser conhecidas.
Ainda, talvez devido a uma equivocada
orientação de alguma supervisora de ensino, a dificuldade de percebimento da
equipe gestora esses podem não criar as condições necessárias para que esses
profissionais participem. O que poderia ser resolvido garantindo, dentro dessa
estrutura que atende centenas de pessoas uma ROTINA de trabalho.
Nesse sentido a formação é importante,
pois surge como oportunidade para preparação para maior interação com os demais
profissionais e consequentemente integração nas ações da escola.
Para que isso aconteça é necessário
planejamento para antecipar, preparar, e organizar a participação desses
profissionais nesses momentos. Não pode haver desculpas para a não participação
até o ponto em que a integração os leve a sentir-se, como de fato são, parte do
pedagógico afinal como diria Paulo Freire “todos somos educadores”.
Como parte dessa preparação a pauta
dessas reuniões deverão ser socializadas antecipadamente para que os AOE e
trabalhadores terceirizados possam se inteirar, se preparar e também para
aproveitar ao máximo o conhecimento que eles detém dos alunos, profissionais,
familiares, do entorno e da realidade da escola.
Cronograma;
Uma vez que nada foi deliberado, essa
proposta depende de muito dialogo e aprovação de vários outros atores escolares
institucionais bem como dos profissionais possivelmente envolvidos.
Por essas razões torna-se difícil
determinar a priori um cronograma, porém é possível prever os principais
momentos dessa formação.
Período
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Ação
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Responsável
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1º
momento: Apresentar a sugestão para a equipe gestora e se aprovada e houver
necessidades de ajustes fazê-los.
Verificar
junto a equipe gestora o calendário para as reuniões (datas).
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2º
momento: Apresentar a sugestão para todos os AOE e trabalhadores
terceirizados para explicar essa proposta e verificar com eles outras
sugestões.
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3º
momento: Realizar os encontros de formação.
Iniciar
com a sensibilização e a valorização.
Como
sugerido, em todos os encontros garantir um tempo para trabalhar a
valorização.
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4º
momento
Discussão
textos
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5º
momento de organização.
Encontros
de organização entre os AOE e terceirizados.
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6º
momento
Encontros
de organização dos AOE e terceirizados com demais profissionais da escola.
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7º momento
Encontros
de organização dos AOE e terceirizados com a equipe gestora.
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Avaliação;
A avaliação se dará em todos os
encontros seja através de dinâmicas específicas, formulários / questionários ou
consultando os participantes.
Ao menos uma vez por semestre os
próprios funcionários organizarão um formulário / questionário a ser aplicado
em aproximadamente 10% dos alunos da escola sendo realizado por cada turma em
cada período.
Monitoramento
O monitoramento será pelo
acompanhamento realizado nas reunião de organização verificando o que está
sendo realizado ou não, o que foi discutido se está sendo aplicado.
Resultados
esperados;
Que essas ações contribuam para
melhorar a auto estima dos profissionais da escola que por sua vez deverá
significar melhora no atendimento aos alunos, seus responsáveis, profissionais
e moradores do bairro.
Custos
do projeto: recursos solicitados, contrapartida;
Todos os recursos necessário como
fotocopias e equipamentos estão disponíveis na escola.
Parcerias;
Procuraremos firmar parceria com
supervisores de ensino, o sindicato especifico dos AOE (AFUSE) e a empresa
terceirizada para buscar outras sugestões de temas, materiais, etc para
ampliação dessa proposta.
Equipe
técnica envolvida;
Vice diretor
Previsão
de continuidade ou ampliação do projeto (sustentabilidade);
Existe de fato a necessidade e
portanto o interesse que o projeto tenha continuidade mas tudo dependerá da
aprovação da supervisão e direção escolar e do desenvolvimento das ações.
REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Funcionários
de escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores/elaboração: João
Antônio
Cabral
de Monlevade. – Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a
Distância, 2005. 92 p.: il. – (Curso técnico de formação para os funcionários
da educação. Profuncionário; 1) http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profun_mod1.pdf (gênese da historia dos funcionários)
GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão
democrática nos sistemas e na escola. Brasília: Universidade de Brasília, 2009.
CONSELHOS DE ESCOLA – apostila - FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO – FDE – SP 2014 (anexo)
LIBÂNEO,
José Carlos. “O sistema de organização e gestão da escola” In: LIBÂNEO, José
Carlos. Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia:
Alternativa, 2001.
OUTRAS
LEITURAS RELACIONADAS QUE PODEM VIR A SEREM UTILIZADAS.
ARAUJO, de Ulisses F. ASSEMBLÉIA ESCOLAR – Um caminho para a resolução de
conflitos. Moderna, SP, 2004
CALLIGARIS, Contardo. A Adolescência.
PubliFolha. SP. 2000
CHRISPINO, Álvaro. GESTÃO DO CONFLITO ESCOLAR: da
classificação dos conflitos aos modelos de mediação, , Publicado em “Ensaio:
Avaliação de políticas Publicas, Educ, Rio de Janeiro, v.15, nº 54, p.11-28,
jan/mar. 2077
CHRISPINO, Álvaro. CHRISPINO, Raquel
S. P. Políticas Educacionais de Redução da Violência: Mediação do Conflito
Escolar. Ed:Biruta. São Paulo, 2002.
FREIRE, Paulo e outros. Disciplina na
escola: autoridade X autoritarismo. EPU. SP. 1989
FURTADO, Nina Rosa e outros. Limites -
entre o prazer de dizer sim e o dever de dizer não. Artmed. Porto Alegre. 2009
GHANEM, Elie. Democracia: uma grande
escola. Ação educativa - Unicef – F. Ford. SP. 1998
GONZALEZ, Elias Nunes. Conselho de
Classe participativo. Loyola. SP. 1987
OLIVEIRA, Maria Lucia de. A Rebeldia e
as tramas da desobediência. UNESP. SP. 2010
SAVATER, Fernando. Ética para meu
filho. Martins Fontes. SP. 1996
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia
- nº 05. Autores associados. SP. 1997
Híp Hop como Utopia - Spensy Pimentel “IN” ANDRADE, Elaine Nunes de (Org) Rap e
educação Rap é educação – Selo Negro, SP
1999 (pp. 103 a
105)
A
política do rebelde -
tratado de resistência e insubmissão, pág.84, livro de Michel Onfray, editora
Rocco.
Gestão
Escolar Democrática - Prof. Vitor Henrique Paro Publicado em 22 de junho de
2013
Preâmbulo. O
que é administração. Administração ou gestão? Racionalização do trabalho e
coordenação. A administração tipicamente capitalista. A escola é uma empresa? A
lógica do capital e a lógica da escola. Qual o objetivos da escola? Qual seu
produto? O conceito de humano-histórico. A cultura como produção humana. O
conceito de educação. "Nossa escola não ensina." A escola
tradicional.
Educar e educar-se. Nossa escola é antipedagógica. A fúria "gestionária". Direção coletiva. Os testes e sua crítica. Conhecimento não se transmite. Divisão social do trabalho. Conceito de política.
A ética da administração escolar. O salário e o trabalho forçado. A exterioridade do objeto de trabalho de modo geral. A peculiaridade do trabalho pedagógico. O diretor, um educador. A eleição de dirigentes. Não faltam soluções, falta o problema. http://youtu.be/WhvyRmJatRs
Educar e educar-se. Nossa escola é antipedagógica. A fúria "gestionária". Direção coletiva. Os testes e sua crítica. Conhecimento não se transmite. Divisão social do trabalho. Conceito de política.
A ética da administração escolar. O salário e o trabalho forçado. A exterioridade do objeto de trabalho de modo geral. A peculiaridade do trabalho pedagógico. O diretor, um educador. A eleição de dirigentes. Não faltam soluções, falta o problema. http://youtu.be/WhvyRmJatRs
A
gestão democrática do projeto político-pedagógico. (Gestão da escola)
O
projeto político-pedagógico e a gestão democrática - Vasco Moretto
Dinâmico e flexível, o projeto
Político-pedagógico se realiza à medida que as pessoas vivenciam o dia a dia da
escola. Resultado de uma construção coletiva, o projeto
expressa o compromisso social da escola na formação da cidadania e os princípios orientadores para as ações educativas no contexto escolar. As constantes mudanças sociais e culturais do nosso tempo exigem novas respostas à questão: que cidadão queremos ajudar a formar e para que tipo de sociedade? http://youtu.be/Yzy0qcmkOrg
expressa o compromisso social da escola na formação da cidadania e os princípios orientadores para as ações educativas no contexto escolar. As constantes mudanças sociais e culturais do nosso tempo exigem novas respostas à questão: que cidadão queremos ajudar a formar e para que tipo de sociedade? http://youtu.be/Yzy0qcmkOrg
TV
Escola Fazendo O papel dos colegiados na gestão escolar http://youtu.be/ygKi6fp-rzw
O
Conselho de Escola: uma estratégia de gestão democrática da Educação
pública http://youtu.be/ffLSaQ3HbVQ
ENCONTRO CONSELHO ESCOLAR
PROCESSO PEDAGOGICO.wmv http://youtu.be/YhdJRd9kfG4
Capacitação de conselheiros
escolares http://youtu.be/QH9aGu_S3EQ
Gestão Escolar http://youtu.be/Adt7ebhW4_U
Conselho
Escolar-Gestão democrática-Participação-Diálogo-Família-Escola http://youtu.be/rCejC1lFwMg
Conselho Escolar – MEC http://youtu.be/FGxSj9xlKog
Democracia-Conselho
Escolar-Estratégia-Paciência-Diálogo http://youtu.be/OXtbqw1jX14
Anexo
01
- O analfabeto
político
- Albert Einstein
“ A vida é como jogar....”
- B. Brechte “Nós
vos pedimos....”
- No Caminho Com
Mayakowsky =
- M. L. King, “O
que mais me assusta ..... e Nossa Geração
- M. L. King, “A
maldade de uma minoria.... e Egoísmo social…. “
- Bourk e Arnold
- Houxle, Batmam e Galeano
- Provérbio
Africano
- Albert Einstein
“Não basta ensinar...”
- Provérbio chinês
- “Era uma vez
quatro pessoas...”
- Você é muito
importante (X da questão)
- Nunca desista
O
Analfabeto Político
"O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
Da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais."
"O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
Da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais."
Bertolt
Brecht
"A vida é como jogar uma bola na parede:
Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul;
Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde;
Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca;
Se a bola for jogada com força, ela voltará com força.
Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que você não esteja pronto a recebê-la.
"A vida é como jogar uma bola na parede:
Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul;
Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde;
Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca;
Se a bola for jogada com força, ela voltará com força.
Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que você não esteja pronto a recebê-la.
"A
vida não dá nem empresta; não se comove
nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos"
Albert Einstein
nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos"
Albert Einstein
"NÓS
VOS PEDIMOS COM INSISTÊNCIA,
NÃO
DIGAM NUNCA: ISSO É NATURAL!
DIANTE
DOS ACONTECIMENTOS DE CADA DIA,
EM
QUE CORRE SANGUE,
EM
QUE O ARBITRÁRIO TEM FORÇA DE LEI. EM QUE A
HUMANIDADE
SE DESUMANIZA,
NÃO
DIGAM NUNCA: ISSO É NATURAL!
AFIM
DE QUE NADA PASSE POR IMUTÁVEL!"
(Bertold
Brecht)
"Na
primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim
E
não dizemos nada.
Na
segunda noite, Já não se escondem: matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até
que um dia o mais frágil deles entra sozinho em
nossa
casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da
garganta.
E
porque não dissemos nada,
Já
não podemos dizer nada."
(...
em No Caminho Com Mayakowsky)
"O
que mais me assusta não é a perversidade dos chamados maus, e sim a omissão dos
chamados bons." (Martin Luther King Jr.)
"Nossa
geração não lamenta tanto os crimes dos perversos,
quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos."
quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos."
(Martin
Luther King Jr.)
“A
maldade de uma minoria rica domina sobre toda a sociedade, graças ao comodismo
de uma maioria honesta e boa, em termos individualistas, porém egoísta
socialmente.” (Martin Luther King Jr.)
Egoísmo
social é aquela atitude passiva da maioria da comunidade, a qual se limita
apenas em receber os benefícios obtidos, graças à luta e ao risco da própria
vida, por parte de uma minoria de idealistas, que milita a favor do progresso
de todos." (M.L.K. Jr.)
O
maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão
governados pelos que se interessam.
Arnold
Toynbee – Historiador Inglês – 1889/1975
"Ninguém
comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer pouco"
Eduard Bourke, pensador Irlandês revista
"Solidaria Idade", 1999
Não são
tanto as tragédias que definem nossas vidas, mas sim as escolhas que fazemos
para lidar com elas. “Batman – Guerra ao Crime – 05/2000”
"Experiência
não é o que aconteceu com você; mas o que você fez com o que lhe
aconteceu."
(Aldous Huxley)
(Aldous Huxley)
Somos
o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.
(Eduardo Galeano)
Antes de começar o trabalho de mudar o mundo,
dê três voltas dentro da sua casa.
Provérbio chinês
Provérbio
Africano: Até que os Leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de
caçadas continuarão glorificando o caçador.
“NÃO BASTA ENSINAR AO HOMEM UMA
ESPECIALIDADE, PORQUE SE TORNARÁ ASSIM UMA MÁQUINA UTILIZÁVEL E NÃO UMA
PERSONALIDADE. É NECESSÁRIO QUE ADQUIRA UM SENTIMENTO, UM SENSO PRÁTICO DAQUILO
QUE VALE A PENA SER EMPREENDIDO, DAQUILO QUE É BELO, DO QUE É MORALMENTE
CORRETO.”
ALBERT EINSTEIN
Era
uma vez quatro pessoas que chamavam TODOMUNDO,
ALGUÉM, QUALQUERUM e NINGUÉM.
Havia
um importante trabalho a ser feito e TODOMUNDO
acreditava que ALGUÉM iria
executá-lo QUALQUERUM poderia
fazê-lo, mas NINGUÉM o fez.
ALGUÉM
ficou aborrecido com isso porque entendia que sua execução era responsabilidade
de TODOMUNDO.
TODOMUNDO pensou que QUALQUERUM poderia executá-lo,
mas
NINGUÉM imaginou que TODOMUNDO não o faria.
Final
da história: TODOMUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUERUM
poderia ter feito.
VOCÊ
É MUITO IMPORTANTE
Apxsar
de nossa máquina dx xscrxvxr sxr um modxlo antigo, funciona bxm, com xxcxção dx
uma txcla. Há 42 txclas qux funcionam bxm, mxnos uma, x isso faz uma grandx
difxrxnça.
Txmos
o cuidado para qux nossa xquipx não sxja como xssa máquina dx xscrxvxr x todos
os sxus mxmbros trabalhxm como dxvxm.
Ninguxm
txm o dirxito dx pxnsar: “AFINAL, SOU APXNAS UMA PXSSOA X, SXM DÚVIDA, NÃO FARÁ
DIFXRXNÇA PARA O NOSSO GRUPO”.
Comprxxndxmos
qux, para um grupo podxr progrxdir eficixntxmxntx, prxcisa da participação
ativa de todos os sxus mxmbros.
Sxmprx
qux vocx pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx da nossa vxlha máquina dx
xscrxvxr e diga a si próprio: “XU SOU UMA DAS TXCLAS IMPORTANTXS NAS NOSSAS
ATIVIDADXS X MXUS SXRVIÇOS SÃO MUITO NXCXSSÁRIOS”.
ESTAMOS
PRECISANDO DE VOCÊ
NUNCA
DESISTA
Inicia uma corrida entre homens e mulheres.
Eles tinham que subir uma grande torre cheia
de obstáculos.
No inicio desta torre havia uma multidão que
gritava:
-
Eles
não vão conseguir!!! Eles não vão
conseguir!!!
Com esse incentivo a cada obstáculo um
desistia.
E a multidão continua berrando!!!
-
Desistam
vocês não vão chegar ao topo.
E em pouco tempo mais de 50% dos competidores
retornaram.
-
Cuidado,
vão Ter que retornar, aquele ultimo obstáculo é o pior de todos. (clama a
multidão)
Ao final da competição todos desistiram.
-
Epa!!!!
Tem uma pessoa que conseguiu!!!
Então foram até lá de helicóptero para
entrevista-lo.
-
Como
você conseguiu vencer?
E o vencedor sorridente nada responde.
Perguntaram novamente?
-
Como
você conseguiu vencer? Diga-nos.
O vencedor pegou uma caneta e escreveu na
própria mão.
-
Sou
surdo.
Não
permita que as pessoas com o péssimo habito de serem negativas derrubem as
melhores e mais sabias esperanças de seu coração,.
Anexo 2
GENESE
DA HISTORIA DOS FUNCIONARIOS
Os
primeiros funcionários estão presentes na construção e no funcionamento da
primeira escola, o Colégio dos Jesuítas de Salvador, em 1550. Eles se chamavam
Diogo Jácome e Vicente Rodrigues.
Ali
trabalhavam seis religiosos jesuítas: quatro professores e dois irmãos coadjutores.
Os professores davam as aulas, a princípio de primeiras letras e logo em
seguida do que corresponderia hoje ao ensino médio. E os coadjutores, o que
faziam?
Como
o colégio funcionava em regime de internato, os religiosos eram responsáveis
não somente pelo ensino, mas por toda a vida dos alunos: alimentação, saúde,
lazer, religiosidade, desenvolvimento corporal e psicológico – em uma palavra,
por toda sua educação. Os dois coadjutores e os que vieram depois para o
Colégio dos Jesuítas de Salvador e dos outros que se seguiram, trabalhavam como
cozinheiros, enfermeiros, horticultores, bibliotecários, vaqueiros,
administradores de fazendas, pilotos de navio, construtores, pintores e em
outras ocupações mais ou menos relacionadas ao processo de ensino.
Com
o trabalho desses e de outros coadjutores, assegurava-se a qualidade da
educação. Até hoje, ao se visitar os prédios que não foram derrubados, ficamos
admirados com a solidez das construções, a dimensão das bibliotecas e dos
laboratórios, a temperatura ambiente sempre agradável. Vê-se até hoje a mão dos
coadjutores. Imagine-se quanta contribuição essencial eles deram para o suporte
do ensino e também para a educação integral de crianças e adolescentes.
Em
1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil e das outras colônias de Portugal.
Seus colégios, escolas e fazendas foram confiscados, seus bens móveis e
imóveis, incluindo os escravos, incorporados ao patrimônio da Coroa ou
divididos entre os “amigos” do Rei.
Calcula-se
que nas fazendas dos religiosos havia mais de um milhão de cabeças de gado. Por
exemplo, somente na Fazenda Santa Cruz, que mantinha o Colégio do Rio de
Janeiro, passaram para os funcionários reais dez mil reses dos jesuítas e dez
mil de seus escravos, que se destinaram ao seu sustento, depois da alforria.
Ora, toda essa riqueza, que permitia a manutenção e a multiplicação dos
colégios, era fruto do trabalho dos coadjutores, os nossos primeiros
funcionários de escolas. Mas não nos esqueçamos: todo esse trabalho, toda essa
qualidade, destinava-se a menos de 5% da população do Brasil. Isso explica por
que praticamente ninguém protestou contra a expulsão de padres e irmãos.
Em
março de 2005, fui visitar o que restou da Fazenda Santa Cruz: o antigo prédio
da sede é hoje a Escola Municipal Princesa Isabel; e os cem mil alqueires de
terra, que iam do Oceano Atlântico ao Vale do, foram retalhados por fazendeiros
e posseiros urbanos de quinze Municípios fluminenses. Pena que 60% de seus
habitantes não conseguiram até hoje completar o ensino fundamental...
Para
substituir os colégios e as escolas dos jesuítas, o rei Dom José e seu
primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, instituíram as “aulas régias”. Qualquer
pessoa alfabetizada ou que dominasse a
gramática e a aritmética se apresentava ao presidente da Câmara para “dar
aulas”. Obtida a autorização de Lisboa, o professor reunia os poucos alunos que
se dispusessem a aprender numa sala de sua casa, numa sacristia ou num cômodo
de alguma repartição pública. Dava suas aulas, pelas quais recebia um parco
salário da Câmara Municipal, a qual, para isso, recolhia dos açougueiros e dos
fabricantes de vinho e cachaça um tributo chamado “subsídio literário”.
A
educação praticamente ficava por conta de uma só pessoa: o professor. Quando
muito, ele era auxiliado por um escravo ou escrava, que se incumbia de limpar a
sala, oferecer água aos alunos, dispor uma bacia e toalha para o asseio do
professor. Os registros escolares, a escrituração, a guarda e o manuseio dos
livros tarefa do próprio professor, que ao fim do ano os entregava ao inspetor
da província, para emissão dos certificados.
A
figura dos funcionários que antes contribuíam para a educação dos estudantes se
extinguiu. Assim como as bancadas eram um apoio para o corpo dos alunos, as
mesas um apoio para livros, cadernos e tinteiros, os escravos serviçais eram um
simples apoio para as atividades de ensino. No limite, eles eram desnecessários
e suas funções podiam ser feitas pelo professor e pelos alunos. De 1772, quando
começaram as aulas régias, até 1822, ano da Independência do Brasil, não há
registro da construção de uma escola no Brasil, com exceção da Corte do Rio de
Janeiro: mesmo lá, as aulas de ensino básico e dos primeiros cursos superiores
funcionavam na maioria em prédios adaptados ou cedidos, como quartéis do Exército
e da Polícia, e até em cadeias públicas. É interessante perceber que a
quantidade e a qualidade da educação escolar naquela época caem na proporção da
inexistência ou servidão dos funcionários. Por essa e outras razões, entre 1800
e 1820 multiplicam-se nas cidades maiores as escolas particulares, que, mesmo
pagas, passaram a ser opção de muitos.
Você
já deve ter estudado a Inconfidência Mineira, aquele movimento de alguns
brasileiros que conspiraram contra as autoridades portuguesas em Vila Rica. Eles
queriam a independência do Brasil, a abolição da escravatura, a liberdade de
imprensa e da indústria, a criação de escolas primárias, secundárias e
universidades. Era o tempo das aulas régias, que haviam reduzido a 2% o número
de matrículas escolares em relação à população. A Inconfidência fracassou, mas
não seus ideais. Com a Independência, foi convocada a Assembléia Constituinte e
eleitos os deputados das dezessete províncias, que trouxeram para a Corte de D.
Pedro I, no Rio de Janeiro, a reivindicação de escolas primárias e secundárias.
Só que as verbas arrecadadas mal davam para pagar a indenização a Portugal, as
dívidas da guerra, a aquisição dos navios da marinha, o custeio dos palácios.
Assim, as aulas régias, agora “imperiais”, continuaram sendo a forma de
oferecer educação escolar no Brasil, sem a presença efetiva de funcionários que
colaborassem com os professores.
A
coisa começa a mudar depois de 1834, quando a responsabilidade de oferecer
escolas
Passou
para as províncias. Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia, no litoral; São Paulo,
Minas Gerais e Goiás (que se escrevia Goyaz), no interior; Rio Grande do Sul
(então chamada São Pedro), na fronteira, fundaram muitas escolas e, em suas
capitais, um Liceu ou Ateneu Secundário. A multiplicação de escolas primárias e
a construção de prédios para esses
estabelecimentos maiores, a que se juntaram as escolas normais no fim do
Século XIX, motivaram uma mudança que muito nos interessa, com o aparecimento
de dois tipos de novos funcionários, ambos assalariados. Quem são eles?
Em
quase todas as cidades dos estados brasileiros foram criadas escolas primárias.
Qualquer que fosse seu tamanho, além dos professores, era necessária a
contratação de funcionários para a conservação e para as secretarias. A esses, nos
meados do século XX, juntaram-se as merendeiras. Nas escolas maiores, os
bibliotecários e outros auxiliares em laboratórios, operação de audiovisuais.
Como
se dava o recrutamento desses funcionários nas escolas? Onde vigoravam relações
clientelísticas, por indicação política; nos ambientes gerencialmente mais
avançados, por concursos públicos. Daí os dois tipos de funcionários que até
hoje temos em nossas escolas e nos órgãos do sistema de ensino: os
clientelísticos e os burocratas administrativos.
Também
entre os professores, em menor escala, acontecia a admissão de servidores por
critérios informais. Principalmente no caso de professores leigos, sem
habilitação. Com o aparecimento das associações e dos sindicatos e com as novas
regras legais, o modelo clientelista no serviço público
entra
em crise, aparecendo a prática da terceirização, dos contratos com empresas. No
caso dos professores, isso ficou difícil, pela regra constitucional do concurso
público de provas e títulos.
Aqui
entra a questão da profissionalização: os funcionários precisam não somente
saber fazer o que fazem, mas sistematizar e institucionalizar suas identidades
funcionais. Estamos num tempo de transição, construindo e organizando essas
novas identidades, esses novos perfis.
Atualmente,
quando se faz um concurso para algum cargo não-docente nas escolas, na maior
parte das vezes só se exige a proficiência em provas de conhecimentos gerais.
Selecionam-se merendeiras com questões de português, matemática e conhecimentos
gerais. Até eu, o João, que mal sei fritar um ovo e preparar bife acebolado,
passaria num concurso de merendeiro.
E,
certamente, não daria conta do recado... No caso de funcionários de
secretarias, exigem-se, além de provas “teóricas”, a aprovação em questões da
prática de trabalho e a apresentação não de um diploma profissional, mas de um
título de escolaridade, como o certificado de ensino médio. É bom que se diga
que, há cinquenta anos, no Estado de São Paulo, exigia-se no concurso de
secretário de ginásios e colégios o título de Pedagogia com habilitação em
Administração Escolar. Hoje, o recrutamento de secretários dá-se até por
“adaptação” de professores que perderam a voz ou ganharam alergia ao pó de giz.
Existem
em vários estados cursos profissionalizantes de “secretariado escolar”.
Entretanto, não é exigido esse título para os concursos de servidores que irão
trabalhar em secretarias de escola. Resumindo: não se levam em conta as
concepções atuais de educação, de educação escolar, a função libertadora da
educação e o papel emancipador da escola. As decisões pautam-se pelas
exigências da burocracia administrativa. Estamos num momento de desconstrução e
reconstrução de papéis e identidades. (p 41 a 48)
O PAPEL
DOS FUNCIONARIOS COMO EDUCADORES
Assim como não existe o professor
abstrato, mas professores concretos (de Alfabetização, Geografia, Inglês, EJA,
etc), não existe o funcionário abstrato, mas funcionários concretos – a
merendeira, o secretário, a auxiliar de biblioteca, o zelador – cujos perfis
estamos empenhados em mudar, na perspectiva das quatro identidades da página
anterior.
Cada
professor concreto reúne pelo menos três conjuntos de competências: a de
especialista num determinado campo de conhecimento (Geografia, por exemplo); a
de habilitado na metodologia do
ensino–aprendizagem;
a de educador escolar, ou seja, de alguém preparado e comprometido com
a
educação e com a proposta pedagógica da escola onde trabalha.
Também
o funcionário precisa reunir, no mínimo, três conjuntos de competências: a de
especialista
num
determinado campo de conhecimento técnico (Nutrição, por exemplo); a de
habilitado na metodologia de sua função educativa específica; a de educador
escolar, ou seja, alguém preparado e comprometido com a educação e com a
proposta pedagógica da escola onde atua.
Você
percebe que ser funcionário, como educador escolar, é muito mais do que sorrir
no atendimento aos alunos e aos pais, ser sensível aos problemas das crianças e
dos adolescentes, ser solícito no cuidado com os estudantes e com os diferentes
espaços escolares?
Ser
educador escolar, tanto como professor, como funcionário, implica competências
mais complexas – exatamente as que estamos tentando desenvolver com esse curso
e que, certamente, você precisará aperfeiçoar em sua escola, em sua vida e, se
a educação brasileira evoluir como desejamos, você irá discutir e aprofundar
num futuro curso superior de graduação ou pós-graduação. (p.68)
FUNCIONARIOS:
PROFISSIONAIS VALORIZADOS OU SERVIDORES DESCARTAVEIS?
Todas
as atividades, desde que incluídas na proposta pedagógica, integram-se ao
currículo e
tornam-se
atividades-fim. Todas as atividades transformam-se em competências
profissionais
e
não em serviços mais ou menos afins ao processo de ensino–aprendizagem.
Vamos
a um exemplo. A professora de Geografia pode trabalhar o Nordeste brasileiro e
citar em
suas
aulas os problemas da desnutrição infantil, ao mesmo tempo que relata a
variedade da fruticultura nordestina, as propriedades das frutas tropicais da
região, a gostosura da culinária baiana, a excelência de um desjejum à base de
tapioca ou cuscuz. E, na merenda, desfila o cardápio monótono do arroz com
frango e macarrão. As atividades de ensino estariam desarticuladas com as de
alimentação ou a educação alimentar. Mas, se professora e a técnica em
alimentação planejam juntas as atividades de uma quinzena, por que não preparar
na merenda caruru, vatapá, cuscuz e tapioca, ao mesmo tempo em que na Geografia
se ensina a cultura nordestina?
Deu
para perceber como todas as atividades se fazem educativas e se integram no
plano curricular
e
na proposta pedagógica da escola?
Gestão
Educacional – Vou
à padaria todas as manhãs para adquirir cinco minipães. Num desses sábados,
fiquei uma “arara”. Por quê? Cheguei lá e um só freguês estava levando para
revender duzentos minipães. Eu teria de esperar vinte minutos pela próxima
fornada... O pãozinho é danado de gostoso e barato. Mas eu e outros fregueses
ficamos na mão... Falta de administração.
Falta
de gerenciamento da produção e da venda. Falta de planejamento. A gestão da
padaria está falha, como também pode estar falha a gestão de uma escola, se os
alunos não aprendem o que é proposto ou se o que é proposto não corresponde aos
direitos e às demandas da comunidade. Gestão é o conjunto de ações que
garantem, numa determinada instituição, a consecução dos objetivos, que, por
sua vez, correspondem às demandas ou aos direitos sociais. Em geral, a gestão
compõe-se de: planejamento (diagnóstico; fixação de diretrizes;
objetivos e metas; escolha de estratégias e ações; alocação de recursos;
instrumentos de controle), execução e avaliação. A gestão de uma escola
não é isolada das funções educativas, principalmente do processo de
ensino–aprendizagem.
Nesse
curso, insistimos em que os professores e os funcionários não-docentes
(incluindo o diretor
e
sua equipe) – todos – são educadores. E todos também são gestores, porque a
gestão não é uma atividade-meio, ela é intrinsecamente pedagógica. A
gestão, se for autoritária, é deseducadora. Se não for transparente, não é
neutra, mas deseducadora. Numa sociedade democrática, a gestão deve ser
democrática, o que supõe discutir os métodos clientelísticos, meritocráticos ou
eletivos de se escolher uma direção. E, depois de discutir, propor mudanças.
Como
se dá a gestão em sua escola? Existe uma Proposta Pedagógica? Um Regimento
Escolar? Como são escolhidos o diretor e sua equipe? Há um plano de gestão do
mandato? E o Conselho Escolar, como é composto, quando se reúne, com que
pautas? Você já participou do Conselho? Como você representou ou como é
representado seu segmento?(p.74 a 80)
FUNCIONARIOS
GESTORAS NA DEMOCRACIA DA ESCOLAR.
CINCO
PRINCÍPIOS DA DEMOCRACIA NA ESCOLA
A
escola brasileira tem uma história de elitismo, de seleção excludente e de
autoritarismo.
Os
colégios jesuíticos da Colônia tinham muita qualidade, mas excluíam os negros,
selecionavam os índios – aproveitando e aprovando os “obedientes” – e aos
brancos e mamelucos destinavam uma cultura elitista, apropriada para
governantes e burocratas, civis e eclesiásticos.
As
aulas régias de Pombal, embora buscassem metodologias menos retrógradas,
reforçaram a elitização da clientela e submeteram os mestres à Santa
Inquisição.
As
escolas públicas do Império e da República, até hoje, ou excluem na matrícula
ou reprovam na avaliação, fabricando uma perpétua evasão e reforçando a
desigualdade e estratificação social.
Contra
essas tendências seculares, vicejou a rebeldia de alguns e se conquistou um
crescente ingresso do povo na escola – a chamada “democratização do acesso”.
Hoje, mais de noventa por cento dos brasileiros de seis a dezesseis anos estão
matriculados em escolas, na maioria, públicas.
E
a democratização das relações dentro da escola, a democratização da gestão,
como está?
Aqui
se distinguem governos autoritários e governos populares, embora, em ambos, o
cotidiano se faça também de professores rebeldes, de alunos atrevidos e de
diretores condescendentes.
O
norte está dado pelo art. 206 da Constituição Federal, detalhado pelo art. 3º
da Lei de Diretrizes
e
Bases da Educação Nacional: “gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”.
Enumero aqui cinco princípios para a
construção legal e existencial desta prática nova: a democracia na vida
escolar.
1.
Gestão democrática supõe ruptura com práticas autoritárias, hierárquicas e clientelísticas.
Por
isso, a eleição de diretores, embora não constitua a essência da gestão
democrática, tem sido o sinal histórico para distinguir o “tempo autoritário”
do “tempo democrático”. Mas não é a eleição eivada de populismo e de outros
vícios que ajuda a democracia. Seu processo precisa ser aperfeiçoado, para ser
uma prática pedagógica de aprendizado da cidadania democrática. E tem de ser
acompanhada de práticas administrativas do sistema articuladas com uma nova
forma – democrática – de decidir, de governar, de ordenar, de avaliar.
2.
Gestão democrática é participação dos atores em decisões e na avaliação.
Talvez
o ideal fosse fazer da assembléia geral escolar o órgão máximo deliberativo.
Mas, no dia a dia, temos de construir um Conselho Escolar, competente e viável,
onde todos os segmentos estejam presentes e operantes, gerando e acumulando um
novo e influente poder: o poder escolar. Professores, funcionários, alunos,
pais e direção passam a ser um colegiado que se reúne ordinária e
freqüentemente, propondo e avaliando o Projeto Político-Pedagógico da escola,
que na nova LDB ganhou substancial importância.
3.
Gestão democrática supõe representação legítima dos segmentos.
A
direção, mesmo quando eleita, representa o Estado, os direitos de todos. Os
pais representam autenticamente os pais e mães, superando aquela ambigüidade das
Associações de Pais e Mestres. Professores e funcionários representam seus
pares na escola, levando as posições de suas entidades de trabalhadores da
educação. E os alunos? A representatividade dos alunos deve somar à sua
condição de “educandos” enturmados na base da escola, liderados por
“representantes de classe”, a prática de uma organização política mais ampla,
em grêmios livres e associações municipais e estaduais, nem sectárias, nem
partidarizadas.
4.
A Gestão democrática da escola se baliza pelo Projeto Político-Pedagógico da
Escola.
São
os objetivos e metas da escola, referenciada à sociedade do conhecimento, que
unem o Conselho, que presidem as eleições, que direcionam as decisões e
práticas de seus atores. O professor e o funcionário precisam abdicar de seu
corporativismo; os pais precisam superar se comodismo; os alunos precisam
conquistar o exercício de sua liberdade de aprender. De aprender ciência, de
cultivar a arte, de praticar a ética. Não abrir mão de seus dias e horas
letivos, que lhes garantem o direito de crescer na cultura e no saber. Embora a
Proposta Pedagógica deva ser cientificamente cuidada por profissionais da
educação, ela deve ser elaborada e avaliada por toda a comunidade escolar, pelo
Conselho.
5.
Gestão Democrática da escola se articula com administração democrática do
sistema de ensino.
Se
a Divisão Regional ou outros órgãos intermediários continuarem a viver de
práticas burocráticas, a Secretaria de Educação de atitudes baseadas em
hierarquias com mais ou menos poder, o MEC de resoluções olímpicas, a gestão
democrática nas escolas estará asfixiada. Acima de tudo, a alocação de recursos
financeiros, de forma transparente, deve ser o combustível do cotidiano da
democracia na escola. O foco de qualquer descentralização de verbas – para
merenda, para livros didáticos, para manutenção e outros gastos – deve ser a
escola (não o diretor ou diretora), alimentando o Conselho Escolar na
viabilização de suas idéias e decisões. Só assim se chegará ao exercício final
da democracia escolar, a autonomia, pela qual a escola pública alcançará
sua maioridade política e pedagógica.
Durante
muitos anos, dentro das escolas não se vivia a democracia – a igualdade, a
liberdade e a fraternidade.
O
que se via era o autoritarismo, a hierarquia, uns sabendo tudo, outros
aprendendo o que eles queriam e outros ainda (os funcionários) sabendo quase
nada. Uns mandando, outros obedecendo. A escola sem autonomia, dependente das
normas “superiores”, e as ações administrativas sem transparência,
principalmente para os alunos. Os pais, então, principalmente quando não
pertenciam ao círculo social do diretor e dos professores, eram ignorados.
Quando conseguiam entrar na escola, eram recebidos no pátio ou nos corredores,
quando muito no balcão da secretaria, para dar ciência de alguma suspensão,
expulsão ou reprovação.
Os
funcionários viviam cabisbaixos. Ou, então, ficavam empertigados, com o “rei na
barriga”, assumindo a postura de lacaios da direção. A eles não pertencia a
gestão, a administração da escola, mas simplesmente executar tarefas
desarticuladas do currículo.
Mas,
assim como os professores – apesar do trabalho diferenciado entre eles e, às
vezes, de uma formação distinta – têm em comum a responsabilidade de ensinar e
garantir o aprendizado dos alunos, os funcionários têm em comum a gestão dos
espaços escolares. Onde eles estejam, na portaria, nos pátios, nos corredores,
na secretaria, na biblioteca, na cantina, nos sanitários, nos laboratórios, no
ônibus escolar, no escritório do órgão estadual, regional ou municipal de
Educação, eles são os educadores que se preocupam pela gestão da totalidade material da
educação escolar. Não pode ser desprezada essa “materialidade” porque se trata
dos canais por onde fluem as atividades de ensino–aprendizagem, as
condicionalidades estruturantes do sucesso da educação dos estudantes.
Quais
são os papéis dos funcionários na construção e na operação da gestão
democrática da educação? Como eles e elas devem tecer os fios do poder escolar,
que precisa se afirmar no rumo da Proposta Pedagógica da Escola e do projeto
político do sistema de ensino?
Princípios
Orientadores da Gestão Democrática
Empoderamento: a escola deve
constituir uma identidade. Os professores e os funcionários têm de elaborar sua
Proposta Pedagógica, respondendo aos desafios e aos apelos da realidade. Assim
nasce um poder escolar, que resiste a desmandos políticos, a limitações
financeiras, a pressões de forças corporativas.
Participação:
a
escola tem o papel principal de propiciar a educação dos estudantes.
Mas
não é uma educação qualquer. É a educação que valoriza a participação de todos
os atores: professores, funcionários, alunos, pais, mães e outros responsáveis.
Na sala de aula não é só o professor quem fala. Na escola não é só o diretor
quem manda. Na realidade, ninguém deve mandar. Todos fazem sua parte, sob o
comando, a iniciativa, do diretor. Quando a escola é maior e tem vários turnos,
sob o comando de uma equipe de direção.
Representatividade
: no
processo de participação, principalmente no Conselho Escolar ou em outras
reuniões, cada um deve falar em função do pensamento de seu grupo, de uma
discussão prévia com os representados. Nossas inindividualidades devem ficar em
segundo plano, para que o pensamento coletivo transforme-se em decisões
coletivas.
Autonomia : a escola é federal,
estadual ou municipal, mas, acima de tudo, é esta escola, com um nome, com uma
história, com uma proposta. A democracia não representa bagunça, desorganização.
Pelo contrário, tudo tem de ser decidido e feito de acordo com regras já
assentadas e as decisões tomadas. Esse processo vai construindo a autonomia da
escola, no sentido de que ela reconhece e resolve por si os problemas, sem, é
óbvio, dispensar a cooperação das autoridades e da comunidade.
Transparência
: a
escola democrática é aquela onde as informações são públicas. Não há segredos
nem “panelinhas”. Qualquer dinheiro que a escola recebe ou adquire é conhecido
de todos, e seu destino é alvo de decisão do colegiado. As despesas viram
notícia pública, em mural ou boletim. Assim como os alunos aprendem cidadania
em eleição de diretor, preparando-se para as eleições gerais, todos aprendem a
controlar as verbas públicas pelo acompanhamento dos gastos escolares. (P.82
a 87)
Funcionários
de escolas : cidadãos, educadores, profissionais e gestores/elaboração: João
Antônio
Cabral
de Monlevade. – Brasília : Universidade de Brasília, Centro de Educação a
Distância, 2005.
92
p. : il. – (Curso técnico de formação para os funcionários da educação.
Profuncionário ; 1)
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profun_mod1.pdf
ANEXO 3
GESTÃO
DEMOCRATICA – NOS SISTEMAS DA ESCOLA – TECNICO EM GESTÃO ESCOLAR[9]
Pag
30
A
Constituição Federal estabelece no artigo 206 os princípios sobre os quais o
ensino deve ser ministrado. Dentre eles, destaca-se a gestão democrática do
ensino público, na forma da lei.
Cabe,
no entanto, aos sistemas de ensino, definirem as normas da gestão democrática
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
a)
participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico
da escola;
b)
participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes (LDB - Art. 14).
Como
condição para o estabelecimento da gestão democrática é preciso que os sistemas
de ensino assegurem às unidades escolares públicas de educação básica que os
integram, progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e
financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público” (LDB –
Art 15).
Pag 31
Importante
destacar que a democratização da educação não se limita ao acesso à escola. O
acesso é, certamente, a porta inicial para o processo de democratização, mas
torna-se necessário também garantir que todos que ingressam na escola tenham
condições para nela permanecerem com sucesso. Assim, a democratização da
educação faz-se com acesso e permanência de todos no processo educativo,
dentro do qual o sucesso escolar é reflexo de sua qualidade. Mas somente
essas três características não completam totalmente o sentido amplo da
democratização da educação.
Se
de um lado, acesso, permanência e sucesso caracterizam-se como aspectos
fundamentais da democratização da educação, de outro, o modo pelo qual essa
prática social é internamente desenvolvida pelos sistemas de ensino e escolas
torna-se a chave mestra para o seu entendimento.
A
gestão democrática pode ser considerada como meio pelo qual todos os segmentos
que compõem o processo educativo participam da definição dos rumos que a escola
deve imprimir à educação de maneira a efetivar essas decisões, num processo
contínuo de avaliação de suas ações.
Essa
última faceta da democratização da educação indica a necessidade que o processo
educativo tem de ser um espaço para o exercício da democracia . E para
que isso aconteça, é (pag 32) que seja concebida uma nova forma de conceber a
gestão da educação: a gestão democrática.
Como
elementos constitutivos dessa forma de gestão podem ser apontados:
participação, autonomia, transparência e pluralidade (ARAÚJO, 2000). E como
instrumentos de sua ação, surgem as instâncias diretas e indiretas de
deliberação, tais como conselhos e similares, que propiciam espaços de
participação e de criação da identidade do sistema de ensino e da escola.
Assim, a gestão democrática da educação “trabalha com atores sociais e suas
relações com o ambiente, como sujeitos da construção da história humana,
gerando participação, co-responsabilidade e compromisso” (BORDIGNON; GRACINDO,
2001, p. 12).
Analisando
as quatro facetas da democratização da educação, o acesso à escola; a garantia
de permanência do estudante na escola; a qualidade do ensino e a Gestão
Democrática, qual delas você considera a que se encontra mais frágil na sua
escola? Por quê?
Democratização
da educação, nesse sentido, vai além das ações voltadas para a ampliação do
atendimento escolar. Configura-se como uma postura que, assumida pelos
dirigentes educacionais e pelos diversos sujeitos que participam do processo
educativo, inaugura o sentido democrático da prática social da educação.
Pag 33
Assim,
a gestão democrática é um objetivo e um percurso. É um objetivo porque trata-se
de uma meta a ser sempre aprimorada e é um percurso, porque se revela como um
processo que, a cada dia, se avalia e se reorganiza.
Elementos
constitutivos da gestão democrática
Quais
elementos identificam uma gestão democrática?
A
gestão democrática na escola e nos sistemas de ensino torna-se um processo de
construção da cidadania emancipada. Para tanto, e segundo Araújo (2000),
são quatro os elementos indispensáveis a uma gestão democrática:
participação, pluralismo, autonomia e transparência.
A
realidade mostra uma série de formas e significados dados ao sentido de
participação na escola. Alguns exemplos identificam participação como simples
processo de colaboração, de adesão e de obediência às decisões da direção da
escola. Nesses casos, as decisões são tomadas previamente e os objetivos da
participação também são delimitados antes dela ocorrer, segundo Bordignon e
Gracindo (2000).
Perdem-se,
dessa forma, duas condições básicas para uma efetiva participação:
1) O sentido público
de um projeto que pertence a todos.
Pag 34
2)
O sentido coletivo da sua construção, que oferece iguais oportunidades a todos,
nas suas definições. Assim, a participação adquire caráter democrático e
torna-se propiciadora da ação comprometida dos sujeitos sociais. Dessa forma, a
participação requer a posição de governantes, não de meros coadjuvantes, ou seja,
requer espaços de poder. Portanto, ela só é possível em clima democrático.
Uma
das questões a serem enfrentadas na gestão democrática é o respeito e a
abertura de espaço para o “pensar diferente”. É o pluralismo que se
consolida como postura de “reconhecimento da existência de diferenças de
identidade e de interesses que convivem no interior da escola e que sustentam,
através do debate e do conflito de idéias, o próprio processo democrático”
(ARAÚJO, 2000 p. 134). Nota-se, que a maior resistência encontrada a essa
postura pluralista está, em grande parte, na conseqüente distribuição de poder
que ela enseja. Nesse sentido, ratificando a idéia da necessidade de
desconcentração do poder, Bobbio (1994 p.15) esclarece que “uma sociedade é
tanto melhor governada, quanto mais repartido for o poder e mais numerosos
forem os centros de poder que controlam os órgãos do poder central”.
Vale
considerar que “o conceito de autonomia está etimologicamente ligado à idéia de
autogoverno, isto é, à faculdade que os indivíduos (ou as organizações)
têm de se regerem por regras próprias” (BARROSO, 1998). Escola autônoma é,
portanto, aquela que constrói o seu PP de forma coletiva, como estratégia
fundamental para sua emancipação (dimensão micro) e para a transformação social
(dimensão macro). Assim, a autonomia precisa ser conquistada a partir da
democratização (pag 35) interna e externa da escola, politizando o espaço
escolar e propiciando o desenvolvimento de duas facetas importantes da
autonomia escolar: a autonomia da escola e a autonomia dos sujeitos sociais
(ARAÚJO, 2000).
Como
outro elemento fundamental da gestão democrática, a transparência está
intrinsecamente ligada à idéia de escola como espaço público. Face ao
predomínio da lógica econômica em todos os setores sociais, em especial na
educação, garantir a visibilidade da escola frente à sociedade, torna-se uma
questão ética. Quase como um amálgama dos elementos constitutivos da gestão
democrática, a transparência afirma a dimensão política da escola. Sua
existência pressupõe a construção de um espaço público vigoroso e aberto às
diversidades de opiniões e concepções de mundo, contemplando a participação de
todos que estão envolvidos com a escola (ARAÚJO, 2000 p.155).
Na
descrição dos elementos constitutivos da gestão democrática, fica evidente um
conceito transversal a todos eles: o de democratização da educação (GRACINDO,
2003). E ele se torna o fio condutor e a base de reflexão/ação da gestão
democrática, isto é, participação, pluralismo, autonomia e transparência não se
instauram sem a cultura democrática. Agregado à postura de democratização da
educação, outro conceito permeia todas as reflexões desenvolvidas: a idéia de
escola como espaço público. Isto é, sem o sentido público, a escola não
viabilizará participação, pluralismo, autonomia e transparência.
Ocorre
que todos esses elementos e alicerces da gestão democrática necessitam de uma
base concreta para sua viabilização: os espaços de encontro, discussão e
trocas. Dentre esses múltiplos espaços destacam-se: os conselhos deliberativos
e consultivos, os grêmios estudantis, as reuniões, as assembléias e as
associações. A partir desses espaços de prática democrática são deliberados e
construídos os caminhos (pag 36) que a escola deve percorrer. E o retrato dessa
caminhada será revelado no Projeto Político-Pedagógico (PP) da escola.
Instrumentos
e estratégias da gestão democrática4
Como o conselho
escolar pode ajudar na gestão democrática?
Como
é sabido, o Brasil possui profundas desigualdades econômicas, culturais e
políticas que geraram (e continuam gerando) segregação de grupos sociais e a
negação da cidadania a um enorme contingente de brasileiros. Essa realidade, no
entanto, não pode ser aceita passivamente por seus cidadãos e requer, do
Estado, o estabelecimento de políticas públicas voltadas para a redução dessas
enormes diferenças e para a inclusão social.
Com
a redemocratização do país, em meados de 1980, o Brasil começa a se organizar,
utilizando-se de mecanismos democráticos que já havia experimentado em épocas
anteriores e de novos mecanismos, construídos nesse momento de reconquista
democrática.
Nesse
movimento de redemocratização do país, a sociedade exige também a
democratização da educação. E está se faz não somente com a garantia de acesso
e permanência dos (pag 37) estudantes na escola, mas também, com a delimitação
de espaços para o exercício democrático, como vimos em item anterior.
A
totalidade desses mecanismos democráticos de atuação da sociedade civil requer,
de um lado, a escolha consciente dos seus representantes nas mais diversas
instâncias de poder (democracia representativa) e, de outro, a participação
direta e ativa do cidadão em muitas arenas de decisão política (democracia
participativa).
A
gestão democrática é uma prática prevista na Constituição Federal, na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação
(PNE). É uma forma de exercitar a democracia participativa, podendo contribuir
para a própria democratização da sociedade.
Assim,
dentre os muitos espaços possíveis de participação da sociedade, a escola
torna-se instrumento importante para o desenvolvimento da democracia
participativa. Surge, então, a gestão democrática da educação, como uma
construção coletiva da sociedade, que favorece o exercício da cidadania
consciente e comprometida com os interesses da maior parte da população
brasileira.
O
Conselho Escolar, entre outros mecanismos, tem papel decisivo na
gestão democrática da escola, se for utilizado como instrumento comprometido
com a construção de uma escola cidadã. Assim, constitui-se como um órgão
colegiado que representa a comunidade escolar e local, atuando em sintonia com
a administração da escola e definindo caminhos para tomar decisões
administrativas, financeiras e político-pedagógicas condizentes com as
necessidades e potencialidades da escola. Desta forma, a gestão deixa de ser
prerrogativa de uma só pessoa e passa a ser um trabalho coletivo, onde os
segmentos escolares e a comunidade local se congregam para construírem uma
educação de qualidade e socialmente relevante. Com isso, divide-se o poder e as
conseqüentes responsabilidades.
pag 38
A
composição, funções, responsabilidades e funcionamento dos Conselhos Escolares
devem ser estabelecidos pela própria escola, a partir de sua realidade concreta
e garantindo a natureza essencialmente político-educativa do Conselho
Escolar, que se expressa no “olhar” comprometido que desenvolve durante todo o
processo educacional, com uma focalização privilegiada na aprendizagem. Sua
atuação, desta forma, se volta para: o planejamento, a aplicação e a avaliação
das ações da escola.
Com
o objetivo de desenvolver um acompanhamento responsável, ético e propositivo do
processo educativo na escola, e visando uma educação emancipadora, o Conselho
Escolar deve estar atento a alguns aspectos extremamente relevantes desse
processo, compreendendo que:
a)
O
projeto de educação que a escola vai desenvolver, dando sentido às suas ações,
deve ser discutido, deliberado e seguido por todos.
b)
O
sentido de pluralidade nas relações sociais da escola, com respeito às
diferenças existentes entre os sujeitos sociais, deve ser a marca do processo
educativo.
c)
A
unidade do trabalho escolar deve ser garantida utilizando-se o Projeto
Político-Pedagógico da escola como instrumento para impedir a fragmentação das
ações.
d)
O
sentido de qualidade na educação não pode ser uma simples transposição deste
conceito do mundo empresarial para a escola, isto é, na educação, esse sentido
necessita estar referenciado no social e não no mercado.
e)
A
escola como um todo é responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do estudante,
partilhando a responsabilidade pelo desenvolvimento da prática educativa.
f)
A
aprendizagem é decorrente da construção coletiva do conhecimento e não se basta
à transmissão de informações.
g)
Na
avaliação da aprendizagem do estudante, cabe verificar mais do que o produto da
aprendizagem, cabe analisar todo o processo no qual ele se desenvolveu. Assim,
devem ser considerados: o contexto social; a gestão democrática; a ação
docente; e as condições físicas, materiais e pedagógicas da escola.
h)
O
tempo pedagógico precisa ser utilizado da melhor forma (pag 39) possível,
organizando-o de acordo com as peculiaridades e necessidades da escola.
i) A escola, como
equipamento social público, deve ser transparente nas suas ações.
j)
Os
espaços de participação nas decisões da escola devem ser ampliados cada vez
mais, seja no processo de escolha de dirigentes, seja nas deliberações acerca
das questões financeiras, pedagógicas e administrativas.
k)
A
solidariedade e a inclusão social são princípios fundamentais da escola.
Com
esses cuidados e tendo a dimensão da importância da gestão democrática da
educação, na democratização mais ampla da sociedade, o Conselho Escolar dá uma
contribuição altamente relevante para que a educação desenvolvida pela escola
possa ser instrumento para a emancipação dos sujeitos sociais e para o
cumprimento de seu papel social, que, em última instância, visa à construção de
uma sociedade justa, solidária e igualitária.
Pag 40
Conselho
escolar e educação com qualidade social
Qual
a relação entre a qualidade social e a educação emancipadora?
O
Conselho Escolar, como órgão consultivo, deliberativo e de mobilização mais
importante do processo de gestão democrática, não deve configurar-se como
instrumento de controle externo, mas como um parceiro de todas as atividades
que se desenvolvem no interior da escola. E, nessa linha de raciocínio, a
função principal do Conselho Escolar está ligada à essência do trabalho
escolar, isto é, está voltada para o desenvolvimento da prática educativa.
Nessa
prática, o processo de ensino-aprendizagem deve ser o foco principal. A ação do
Conselho Escolar torna-se político-pedagógica, pois se expressa numa ação
sistemática e planejada, com o intuito de interferir sobre a realidade,
transformando-a.
Importante
destacar que o sentido dado ao termo qualidade tem tomado formas e conteúdos
diversos, na medida em que ele não é auto-explicativo.
Com
isso, pode-se perceber que, no campo educacional, esse termo tem-se apresentado
em duas vertentes diferentes e antagônicas: uma, com sentido de qualidade
mercantil, baseado na lógica econômica e empresarial, que se referência no
mercado e outra, com sentido de qualidade socialmente referenciada, a qual
possui uma lógica que tenta compreender a relevância social da construção dos
conhecimentos e de posturas na escola.
Diferenciar
esses dois tipos de concepção do termo qualidade parece ser fundamental para a
prática social da educação, pois para cada um desses sentidos são estabelecidas
concepções diferentes de educação e, conseqüentemente, formas diferenciadas de
gestão.
A
qualidade com sentido mercantil é identificada, por Gentilli (1994), como uma
“nova retórica conservadora no campo educacional”, a partir de um discurso
utilitarista que reafirma (pag 41) a postura que nega o processo educativo
emancipador para a maioria da sociedade. Quando essa concepção se implanta no
campo da educação, o “produto” torna-se o aspecto mais relevante da prática
social da educação, induzindo o
desenvolvimento de uma “gestão de resultados”. Esta forma de gestão
passa, então, a propor “modelos” e “fórmulas” para o processo educativo que,
aparentemente, viabilizam o sucesso escolar. Como exemplo, surge a “Qualidade
Total” e todas as suas vertentes, que desenvolvem padrões elitistas e excludentes
ditados pelo “mercado”. Esses padrões acabam por fazer com que a educação
contribua para aumentar as desigualdades existentes no Brasil, pois, como bem
assinalou Gentilli (1994) “a partir dos novos padrões delineados em relação ao
imbricamento entre educação e setor produtivo, o fosso entre as desigualdades
já existentes tende a alargar”.
Essa
lógica implantada no seio do processo educacional contribui para a adesão de
muitos dirigentes educacionais à gerência para a qualidade total que, tal como
Paiva (1994) alertou, pauta-se na produtividade e na competitividade, indicando
a gestão empresarial como fórmula a ser aplicada à gestão da educação; optando
pelo pragmatismo como aspecto fundamental dos objetivos educacionais; e indica
a supremacia da avaliação de produtos.
Nessa
ótica, a escola passa a assumir-se como uma empresa que, por sua nova natureza,
não identifica a educação como direito, nem age para propiciar a inclusão de
todos em sua “linha de montagem”, uma vez que naturaliza a exclusão daqueles
que não se adaptam ao “processo produtivo” que desenvolve.
O
sentido de qualidade referenciada no social, por outro lado, possui uma outra
lógica que o sustenta. Sua base é decorrente do desenvolvimento de relações
sociais (políticas, econômicas e culturais) contextualizadas e sua gestão,
diferentemente da anterior, contribui para o fortalecimento da escola pública,
construindo uma relação efetiva entre democratização e qualidade.
A
qualidade na educação, com esse significado, busca construir a emancipação dos
sujeitos sociais. Para tanto, desenvolve conhecimentos, habilidades e atitudes
que irão encaminhar a forma mediante a qual o indivíduo vai se relacionar com a
sociedade, com a natureza e consigo mesmo, a partir da concepção de mundo, sociedade
e educação que possui.
pag
42
A
educação escolar compreendida como instrumento para a transformação social, é
conhecida como educação emancipadora. Ela, como Rodrigues (1986, p. 81) bem
assinalou: possibilita a todos a compreensão elaborada da realidade social,
política e econômica do momento vivido pelos educandos; o desenvolvimento de
suas habilidades intelectuais e físicas para a intervenção nessa realidade, e a
posse da cultura letrada e dos instrumentos mínimos para o acesso às formas
modernas do trabalho [...].
A
educação emancipadora rompe com qualquer padrão de qualidade estabelecido a
priori, em decorrência do próprio desenvolvimento das relações sociais, não
cabendo, portanto, “modelos” ou “fórmulas” que padronizam a prática educativa.
Pode-se identificar, contudo, alguns atributos de uma escola cuja qualidade se
referencia no social (BORDIGNON; GRACINDO, 2000):
a)
Pluralista, porque admite e respeita correntes de pensamento divergentes.
b)
Humanista, por identificar o sujeito histórico como foco do processo educativo.
c)
Consciente de seu papel político como instrumento para a emancipação e
desalienação dos trabalhadores, condição para a transformação social.
Pag 43
Se
a finalidade última da educação é a formação de cidadãos, então, a qualidade da
educação precisa estar voltada para esse fim e necessita sustentar-se em um
tipo de gestão que propicie o exercício da cidadania, promovendo a participação
de todos os segmentos que compõem a escola, além da comunidade local externa,
ou seja, deve se sustentar na gestão democrática.
Como
foram apontados anteriormente, os diferentes sentidos de qualidade na educação
aqui apresentados – a qualidade referenciada no mercado e a qualidade
referenciada no social – encaminham formas também diferenciadas de práticas
educativas. Como exemplo elucidativo, pode-se ressaltar, também, a questão da
avaliação.
No
processo de avaliação da escola, o sentido de qualidade mercantil tende a
identificar a educação como mercadoria, em que o produto da educação quase
sempre é apresentado pelas notas escolares, tornando-se o foco privilegiado das
avaliações. De outro lado, o sentido de qualidade social gera uma dimensão de
avaliação processual e mais abrangente que procura identificar os diversos
aspectos que concorrem no processo educativo, tais como: o contexto social onde
a escola está inserida; as condições da escola para uma aprendizagem relevante;
os mecanismos utilizados na gestão democrática; a atuação do professor no
processo educativo; e, finalmente, o desempenho escolar dos estudantes, estes,
percebidos neste contexto.
Compreendendo,
por fim, a educação como um direito do cidadão, portanto não excludente, e
viabilizada por uma gestão democrática, pode-se vislumbrar a atuação do
Conselho Escolar como um instrumento capaz de mediar o alcance da qualidade
social na prática social da educação.
Pag 54
Segundo
Dourado (2006 p. 61), uma das possibilidades de aplicação do planejamento
participativo na escola é a existência do Conselho Escolar e seu funcionamento
efetivo, tendo em vista que este deve ser um órgão colegiado e, como tal, deve
contar com a participação de representantes de todos os segmentos da comunidade
local e escolar, possibilitando assim, uma melhor aplicação dos recursos
financeiros da escola, como também uma gestão mais transparente e democrática.
Assim,
o Conselho Escolar poderia ser o local mais adequado para administrar os
recursos financeiros da escola. Para tanto, em primeiro lugar, seria necessário
fazer um diagnóstico da realidade escolar: suas necessidades e suas
potencialidades. A partir de então, estabelecer as prioridades de ação. Com
isso feito, será possível identificar a melhor alocação dos recursos
disponíveis. Feito esse planejamento inicial, o Conselho Escolar estabeleceria
sistemática de acompanhamento do uso dos recursos financeiros. Este
acompanhamento poderia ter frequência mensal ou bimestral, de acordo com as
possibilidades da escola e a sistemática dos projetos e programas em
desenvolvimento. Durante esse acompanhamento, seria feita avaliação da
aplicação dos recursos, na qual poderiam ser dimensionadas novas ações e/ou
novos direcionamentos.
Ao
final do ano letivo, é importante divulgar os atos praticados pela escola, no
que concerne à aplicação desses recursos. Vale ressaltar a importância de a
escola pública ser transparente em todas as suas ações, inclusive as voltadas
para o gerenciamento dos recursos financeiros.
Pag
56
Como
vimos anteriormente, a gestão democrática do sistema e da escola necessita
desenvolver mecanismos para propiciar a participação de todos os segmentos
escolares e comunitários nas decisões que cada um desses níveis precisa tomar.
Pois bem, como vimos, o fim último da escola é a construção da cidadania que,
nesse espaço social específico, tem na construção de conhecimentos um
instrumento importante para atingir sua finalidade maior.
Para
tanto, os sistemas educacionais e a escola precisam se organizar e elaborar um
planejamento que auxilie seu trabalho. Uma forma de organização e de
planejamento da educação escolar dos sistemas educacionais se concretiza nos Planos
Educacionais do Estado e do Município. No âmbito da escola, é o Projeto
Político-Pedagógico6 (PP) que viabiliza e concretiza ações educacionais.
Isto é, ele é a forma de planejamento pedagógico, político e administrativo,
que estabelece os objetivos da escola e os mecanismos e estratégias mais
adequados para alcançar esses objetivos.
Vimos
no item que tratou dos elementos constitutivos da gestão democrática, que o PP
torna-se o eixo da gestão democrática da escola. Torna-se privilegiado de
participação, lugar de explicitação do pluralismo, espaço de conquista de
autonomia da escola e dos sujeitos sociais e instrumento de transparência.
pag
57
A
prática social da educação e a gestão democrática
Porque
denominamos o processo educacional de “prática social”?
Já
vimos anteriormente que a educação se concretiza a partir da relação que as
pessoas desenvolvem com diversos grupos sociais. Portanto, ela não acontece no
abstrato. Ela ocorre na prática, na experiência vivenciada. Dessa forma,
pode-se dizer que a educação é uma PRÁTICA e que ocorre no SOCIAL.
A
educação, vista sob esse ângulo, ocorre em diversos espaços e lugares, dentre
os quais destacam-se: a família, o clube, a igreja, o parque, a escola, etc. A
educação que se desenvolve na escola é chamada de educação escolar e ela é o
local, por excelência, onde o processo educativo é sistematizado e
organizadamente desenvolvido.
Assim,
como prática social, a educação escolar participa fortemente no desenvolvimento
da democracia participativa, pois favorece o exercício da cidadania
consciente e comprometida com os interesses da maior parte da sociedade. E,
nesse sentido, a gestão democrática, prática prevista na Constituição
Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano
Nacional de Educação (PNE) é uma forma de exercitar a democracia participativa,
podendo contribuir para a própria democratização da sociedade.
Uma
forma de exercitar a gestão democrática é a participação dos diversos segmentos
escolares e comunitários no planejamento, desenvolvimento e avaliação do
Projeto Político-Pedagógico (PP) da escola.
Pag 58
O
planejamento da escola
O
PP é uma forma de planejamento?
Como
um instrumento de intervenção na prática educacional que se realiza na
escola, o PP configura-se como uma forma de planejamento. Nesse sentido, três
aspectos delineiam esta reflexão:
1)
O planejamento hoje em dia é freqüentemente visto de forma negativa, com certo
descrédito.
2)
O planejamento tem sido historicamente apresentado como um instrumento de
administração tecnicamente “neutro”, cuja utilização independe da postura,
escolhas e ideologias de seus idealizadores.
3)
O planejamento, como ação administrativa, tem sido elaborado de forma isolada
das políticas e da gestão do processo educativo.
Ao
analisarmos o primeiro ponto, é perfeitamente compreensível o descrédito dado a
qualquer forma de planejamento, por força das inúmeras conseqüências negativas
que os “planejamentos sociais” do Brasil trouxeram para a população nas últimas
décadas. Esses planejamentos sociais, tão divulgados nos últimos trinta anos,
na prática, nos deixaram como legado uma sociedade onde, cada vez mais, cresce
a parcela da população marginalizada das conquistas políticas, culturais e
econômicas, e cuja educação, saúde, alimentação, transporte e segurança lhes
são negados. Nesse sentido, os direitos são “acenados”, mas não são concedidos.
O planejamento teve historicamente um papel fundamental: o de garantir a
nãoconcretização desses direitos (COVRE, 1982).
Quanto
à segunda afirmativa, cabe destacar que, apesar do planejamento ser apresentado
como um instrumento “neutro”, ele de fato não é. Ele tem sido historicamente,
um instrumento que retrata a concepção dominante do mundo e da sociedade. Com
isso, está a serviço e endereça suas ações para um determinado grupo ou setor
da sociedade. Sendo o planejamento uma ação de intervenção voluntária, na
realidade, ele se configura como um instrumento político e não há neutralidade
em política.
Sobre
a terceira afirmativa, verificamos que o planejamento é uma ação contínua e
flexível que, também no processo educativo, retrata políticas e delineia a
gestão, num constante redimensionamento (pag 59) de caminhos e busca do alcance
dos objetivos.
É
o planejamento que estabelece a finalidade, a missão de uma dada ação e, com
isso, instrumentaliza o processo de gestão, delimitando a forma e o espaço de
intervenção. A realidade nos mostra que quando o planejamento escolar é
elaborado sem a onsideração das
políticas que lhe dão suporte, de forma meramente burocrática, como um trabalho
de simples elaboração de um plano, que se limita a “prever” ações geralmente
descompromissadas com a prática, descolando-se da realidade, ele está fadado a
instalar-se e a permanecer na gaveta dos dirigentes escolares.
Como
um planejamento histórico e contextualizado de todas as ações da escola, o PP
“envolve etapas que se complementam e que são interligadas, realimentando todo
o processo. Essas etapas são: elaboração, acompanhamento e avaliação”
(BORDIGNON; GRACINDO, 2000). Num trajeto cíclico, a elaboração, o
acompanhamento e a avaliação se entrelaçam e dão sentido a cada uma das partes:
a)
A
elaboração considera dois eixos: a finalidade da escola e seu ambiente
interno e externo. Como expectativa de futuro, a finalidade e orienta a
definição da filosofia, das políticas
b)
e
objetivos institucionais. A análise do ambiente dá a dimensão situacional, seus
limites e possibilidades. Da análise situacional decorrem estratégias de ação e
definição de responsabilidades.
c)
O
acompanhamento desvela a ação - o PP na prática –organizando as
condições para sua efetivação.
d)
A
avaliação tem uma função diagnóstica, oferecendo informações
fundamentais para a tomada de decisão,
tanto na elaboração, quanto durante todo o acompanhamento do PP, permitindo
assim, a permanente correção de rumos na direção da finalidade da educação. É a
avaliação que revela os objetivos reais, a coerência entre o discurso e a
prática, entre as demandas da sociedade e a ação educacional.
Pag 60
Assim,
o PP não deve ser visto como um instrumento “neutro”, estanque das demais ações
administrativas. Nem mesmo precisa ser (como tem sido) um instrumento
tecnicista e meramente formal. Ele é um instrumento eficaz na construção da
educação que se deseja. E aqui parece estar o seu “segredo”, que é o ponto de
sustentação do PP: a escolha consciente do tipo de educação e de escola que se
quer construir.
A
concepção de educação e de escola
Quais
são as concepções de educação?
De
forma global, inspiradas na classificação feita por D’Ávila (1985), pode-se
sintetizar em três, as diferentes correntes sociológicas que encaminham
concepções de educação, e que, quando assimiladas pela escola, irão delinear
diferentes PP.
1)
Como
primeira opção, numa visão funcionalista, diversos autores vêem a escola e a
educação como fundamentais para a manutenção da realidade social vigente. Nela,
a escola tem um papel importante para o equilíbrio e a harmonia social,
adaptando o indivíduo à sociedade. Se essa for a opção escolhida pela escola,
seu PP se organizará com estratégias e mecanismos que garantam a não-mudança
social, a correção dos possíveis desvios indesejados e a delimitação de papéis
sociais diferentes para os estudantes, demandados pelo sistema econômico.
2)
A
segunda opção, diferentemente da primeira, descortina o papel reprodutor que a
escola desempenha, denunciando a impossibilidade de uma ação transformadora da
sociedade. Numa visão estruturalista, revela a importância da educação e da
escola na manutenção das classes sociais e de suas diferenças. Analisando essa
postura na construção do PP, verificamos que, apesar da visão crítica que
possui, a escola irá descartar a possibilidade de construir um PP que possa
intervir na mudança dessa realidade, simplesmente porque ele não terá êxito,
pois para esta posição, a situação está posta e só resta à escola manter a
realidade vigente.
Pag 61
3)
Mesmo
constatando seu papel reprodutor, porém numa visão do movimento dialético que
acontece numa prática social, a terceira concepção possível de educação e de
escola identifica “brechas” advindas dessa prática, as quais podem possibilitar
uma ação intencional e transformadora da realidade. Assim, essa postura indica a
possibilidade da escola ter um importante papel mediador, na busca da
emancipação da sociedade. Se essa for a opção escolhida pela escola, o PP será
o espaço privilegiado para conceber e estabelecer estratégias para tal.
Com
qual das concepções você concorda? Por quê?
Cabe
assinalar, complementarmente, que a opção feita quanto ao tipo de educação e de
escola que se pretende imprimir precisa adquirir materialidade no PP. Essa
materialidade necessita, por sua vez, garantir a não-fragmentação do trabalho escolar,
precisa dar sentido de totalidade à prática social da educação.
A
unidade do trabalho escolar
Como
o PP pode contribuir para a unidade do trabalho escolar?
Não
se pode compreender a construção histórica da educação na qual, de um lado,
alguém “pensa”, teoriza, planeja e, de outro, alguém age e faz a “prática”.
Essa dicotomia entre o “fazer” e o “pensar” não deve acontecer na prática
social da educação, pois é na conjugação de ambas que a teoria adquire sentido
e a prática se fortalece e mostra consistência.
Assim,
parece deslocada a idéia de que a elaboração do PP da escola possa estar apenas
nas mãos da direção da escola ou nas de técnicos externos a ela, pois essa
atitude reforça e reproduz a divisão social do trabalho advinda do sistema
econômico
capitalista.
Segundo
definição sociológica, o capitalismo é o tipo de organização econômica em que
as atividades de produção e distribuição, obedecendo aos princípios da
propriedade privada, da competição livre e do lucro, produzem uma divisão da sociedade
em duas classes antagônicas, porém vinculadas pelo mecanismo do mercado: a dos
possuidores dos meios de produção e a do proletariado.
O PP pode vir a ser
uma contra-ação da escola a essa lógica, (Pag 62) ao restituir a unidade do
trabalho pedagógico (a prática educativa), possibilitando aos educadores e
todos os demais envolvidos na prática educativa da escola, a concepção e a
execução do trabalho educativo. Assim, é na elaboração, aplicação e avaliação
desse trabalho coletivo, que o PP adquire sua forte dimensão política.
A
prática social da educação é um todo8, com partes que se articulam e se
complementam. Quando as partes desse trabalho se distanciam, quando seus
membros perdem a noção da totalidade e, muitas vezes, percebem sua “parte” como
“o todo”, a escola tende a ver seu esforço se esvair na fragmentação. Tornam-se
partes autônomas que não se relacionam.
Fragmentam
o conhecimento e todos os sujeitos envolvidos no trabalho escolar.
E,
fragmentados, os sujeitos perdem a dimensão do viver em sociedade, pois ficam
individualizados nos seus desejos e lutas.
O
Projeto Político-Pedagógico, como instrumento de planejamento coletivo, pode
resgatar a unidade do trabalho escolar e garantir que não haja uma divisão
entre os que planejam e os que simplesmente executam. Elaborado, executado e
avaliado de forma conjunta, cria uma nova lógica. Nesse processo, todos os
segmentos planejam, garantindo a visão do todo, e todos executam, mesmo que
apenas parte desse todo. Com isso, de posse do conhecimento de todo o trabalho
escolar, os diversos profissionais e segmentos envolvidos (gestores, funcionários,
docentes, discentes, pais e comunidade local) cumprem seus papéis específicos,
sem torná-los estanques e fragmentados.
Pag 63
A
garantia da unidade do trabalho escolar é, dessa forma, condição para uma educação
emancipadora que é, por origem, democrática e de qualidade. Ocorre que,
como vimos anteriormente, a escola é responsável pela construção de
conhecimentos sistematizados que devem ser focalizados no PP.
A
construção do conhecimento na escola
Como
o conhecimento é construído?
É
comum identificar pessoas que compreendem a aprendizagem na escola a partir de
uma concepção de educação onde a transmissão de conhecimentos é o único
objetivo. Nessa ótica, o professor é simplesmente aquele que detém o
conhecimento e, portanto, o transmite para os estudantes. A capacidade de ver o
outro, de captar a aprendizagem já existente no estudante, tende a não ser
considerada pelo professor. Por outro lado, numa educação emancipadora, que
busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de uma
construção coletiva, e, assim, o professor é mais do que o mero “ensinante” e o
processo de ensino-aprendizagem adquire movimentos de troca e de crescimento mútuo.
Nessa
percepção, como Paulo Freire tão bem desvelou, o processo de
ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla: De um lado, o professor ensina e
aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num processo dialético, isto
é, permeado de contradições e de mediações.
O
processo pedagógico se caracteriza, portanto, como um movimento próprio de idas
e vindas, de construções sobre construções. São inúmeras as variáveis que
interferem nesse processo, tais como as condições materiais e as relações
simbólicas. Toda esta complexidade deve ser compreendida e trabalhada por
aqueles que constróem o cotidiano escolar e o PP.
Para
que tenhamos a dimensão global de todo processo, algumas perguntas poderiam
indicar elementos importantes para serem inseridos no PP:
pag 64
·
Em
que contexto social a escola esta inserida?
·
Quais
condições físicas e materiais que a escola oferece para que a aprendizagem
ocorra?
·
Como
a escola vem desenvolvendo a gestão democrática, constitucionalmente
estabelecida?
·
Qual
a participação de cada um dos segmentos (estudantes, professores, direção, funcionários, pais e comunidade
externa) na condução da escola?
·
Como
acontece a formação continuada dos docentes e funcionários?
·
Quais
os instrumentos de avaliação que a escola utiliza para identificar a
aprendizagem dos estudantes?
·
Como
os estudantes tem respondido as avaliações?
·
O
que a escola tem feito com os resultados do desempenho discente?
Estas
perguntam podem dirigir o diagnóstico que precede a elaboração do PP. A partir
das respostas encontradas, o PP irá estabelecer os objetivos a serem
alcançados, as estratégias e ações a serem desenvolvidas e a sistemática de
avaliação a ser colocada em prática. Assim, o diagnóstico se configura como um
mapeamento de todos os aspectos discriminados e, depois de identificar os
pontos fortes, médios e fracos da escola, o PP pode propor encaminhamentos para
a melhoria dos processos pedagógicos e dos resultados anteriormente obtidos.
Além disso, também é importante identificar a responsabilidade sobre cada um
dos encaminhamentos feitos, isto é, quem é o responsável pela aplicação de cada
medida proposta. Completando o panorama, precisa ser estabelecido um cronograma
que torne possível para a escola desenvolver essas ações.
Em
síntese, podemos dizer que o PP precisa:
1)
Estabelecer a finalidade e o papel social da escola.
2)
Definir o perfil de cidadania que se quer imprimir na escola.
3)
Delimitar os conteúdos, métodos e tecnologias relevantes que permitirão o
desenvolvimento pleno do estudante, em nível pessoal e social.
4)
Estabelecer estratégias de acompanhamento e avaliação (Pag 65) que
possibilitarão a construção de uma educação democrática, inclusiva e
socialmente relevante.
5)
Ser construído democraticamente, com o envolvimento de todos os segmentos da
escola: direção, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade.
6)
Propor ações que realmente garantam o acesso e a permanência, com sucesso, de
todos os estudantes.
7)
Garantir mecanismos para a consolidação da gestão democrática, entendida como
propiciadora da participação de todos nas deliberações, via criação de órgãos
colegiados, entre os quais, destacam-se os Conselhos Escolares e grêmios
estudantis.
8)
Reorganizar o trabalho educativo, no sentido de redimensioná-lo em sua totalidade,
fazendo com que ele seja visto globalmente, negando a fragmentação do trabalho
escolar, em que cada parte deve ser vista como integrante de um todo.
9)
Ser impulsionador e viabilizador da qualidade na educação, como construção
social coletiva.
10)
Resgatar a unidade do conhecimento, numa postura de contra-ação à lógica
econômica dominante, concretizando uma postura interdisciplinar.
11)
Valorizar o trabalho do professor, auxiliando-o na sua prática pedagógica, numa
busca de constante aperfeiçoamento.
12)
Proporcionar as condições materiais e de equipamentos necessários para a
consecução do currículo escolar.
Assim,
o Projeto Político-pedagógico irá refletir o esforço coletivo no sentido de
estabelecer as ações pedagógicas e administrativas, que servirão de “ponte”
entre o existente e o desejável, na busca de uma educação de qualidade social.
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Regina Vinhaes. Gestão democrática nos sistemas e na escola. / Regina Vinhaes Gracindo.
– Brasília : Universidade de Brasília, 2009. 72 p. : il.
ANEXO 4
O Sistema de
Organização e Gestão da Escola – José Carlos Libâneo[10]
Neste capítulo são apresentados alguns elementos básicos para o
conhecimento da organização escolar e para a atuação dos professores e do
pessoal técnico-Administrativo. Serão abordados os seguintes itens: as
concepções de organização e gestão escolar; a estrutura organizacional da
escola; os elementos constitutivos do processo organizacional.
As Concepções de
Organização e Gestão Escolar
O estudo da escola como organização de trabalho não é novo, há
toda uma pesquisa sobre administração escolar que remonta aos pioneiros da
educação nova, nos anos 30. Esses estudos se deram no âmbito da Administração
Escolar e, frequentemente, estiveram marcados por uma concepção burocrática,
funcionalista, aproximando a organização escolar da organização empresarial.
Tais estudos eram identificados com o campo de conhecimentos denominado
Administração e Organização Escolar ou, simplesmente Administração Escolar. Nos
anos 80, com as discussões sobre reforma curricular dos cursos de Pedagogia e
de Licenciaturas, a disciplina passou em muitos lugares a ser denominada de
Organização do Trabalho Pedagógico ou Organização do Trabalho Escolar, adotando
um enfoque crítico, frequentemente restringido a uma análise crítica da escola
dentro da organização do trabalho no Capitalismo. Houve pouca preocupação, com
algumas exceções, com os aspectos propriamente organizacionais e
técnico-administrativos da escola.
É sempre útil distinguir, no estudo desta questão, um enfoque
científico-racional e um enfoque crítico, de cunho sócio-político. Não é
difícil aos futuros professores fazerem distinção entre essas duas concepções
de organização e gestão da escola. No primeiro enfoque, a organização escolar é
tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona
racionalmente; portanto, pode ser planejada, organizada e controlada, de modo a
alcançar maiores índices de eficácia e eficiência. As escolas que operam nesse
modelo dão muito peso à estrutura organizacional: organograma de cargos e
funções, hierarquia de funções, normas e regulamentos, centralização das
decisões, baixo grau de participação das pessoas que trabalham na organização,
planos de ação feitos de cima para baixo. Este é o modelo mais comum de
funcionamento da organização escolar.
O segundo enfoque vê a organização escolar basicamente como um
sistema que agrega pessoas, importando bastante a intencionalidade e as
interações sociais que acontecem entre elas, o contexto sócio-político etc. A
organização escolar não seria uma coisa totalmente objetiva e funcional, um
elemento neutro a ser observado, mas uma construção social levada a efeito
pelos professores, alunos, pais e integrantes da comunidade próxima. Além
disso, não seria caracterizado pelo seu papel no mercado mas pelo interesse
público. A visão crítica da escola resulta em diferentes formas de viabilização
da gestão democrática, conforme veremos em seguida.
Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e
gestão escolar e nas experiências levadas a efeito nos últimos anos, é possível
apresentar, de forma esquemática, três das concepções de organização e gestão:
a técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a
democrático-participativa.
A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de
cargos e funções visando a racionalização do trabalho, a eficiência dos
serviços escolares. Tende a seguir princípios e métodos da administração
empresarial. Algumas características desse modelo são:
- Prescrição detalhada de funções, acentuando-se a divisão técnica
do trabalho escolar (tarefas especializadas).
- Poder centralizado do diretor, destacando-se as relações de subordinação
em que uns têm mais autoridades do que outros.
- Ênfase na administração (sistema de normas, regras, procedimentos
burocráticos de controle das atividades), às vezes descuidando-se dos objetivos
específicos da instituição escolar.
- Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e
regras.
- Maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas.
Atualmente, esta concepção também é conhecida como gestão da
qualidade total.
A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade
coletiva, ausência de direção centralizada e acentuação da participação direta
e por igual de todos os membros da instituição. Outras características:
- Ênfase nas inter-relações mais do que nas tarefas.
- Decisões coletivas (assembléias, reuniões), eliminação de todas as
formas de exercício de autoridade e poder.
- Vínculo das formas de gestão interna com as formas de auto-gestão
social (poder coletivo na escola para preparar formas de auto-gestão no plano
político).
- Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por
meio de eleições e alternância no exercício de funções.
- Recusa a normas e sistemas de controle, acentuando-se a
responsabilidade coletiva.
- Crença no poder instituinte da instituição (vivência da
experiência democrática no seio da instituição para expandi-la à sociedade) e
recusa de todo o poder instituído. O caráter instituinte se dá pela prática da
participação e auto-gestão, modos pelos quais se contesta o poder instituído.
A concepção democrática-participativa baseia-se na relação orgânica
entre a direção e a participação do pessoal da escola. Acentua a importância da
busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de
gestão em que as decisões são tomadas coletivamente e discutidas publicamente.
Entretanto, uma vez tomadas as decisões coletivamente, advoga que cada membro
da equipe assuma a sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e
avaliação sistemática da operacionalização das decisões tomada dentro de uma
tal diferenciação de funções e saberes[11].
Outras
características desse modelo:
- Definição explícita de objetos sócio-políticos e pedagógicos da
escola, pela equipe escolar.
- Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e
participação das pessoas da escola e das que se relacionam com ela.
- A gestão é participativa mas espera-se, também, a gestão da
participação.
- Qualificação e competência profissional.
- Busca de objetividade no trato das questões da organização e
gestão, mediante coleta de informações reais.
- Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica:
diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação dos rumos e ações,
tomada de decisões.
- Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.
Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido
influenciado por uma corrente teórica que compreende a organização escolar como
cultura. Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente
objetiva, mensurável, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito
das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja,
dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados socialmente
produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a organização é uma
cultura significa que ela é construída pelos seus próprios membros.
Esta maneira de ver a organização escolar não exclui a presença de
elementos objetivos, tais como as ferramentas de poder externas e internas, a
estrutura organizacional, e os próprios objetivos sociais e culturais definidos
pela sociedade e pelo Estado. Uma visão sócio-crítica propõe considerar dois
aspectos interligados: por um lado, compreende que a organização é uma
construção social, a partir da Inteligência subjetiva e cultural das pessoas,
por outro, que essa construção não é um processo livre e voluntário, mas
mediatizado pela realidade sóciocultural e política mais ampla, incluindo a
influência de forças externas e internas marcadas por interesses de grupos
sociais, sempre contraditórios e às vezes conflitivos. Busca relações
solidárias, formas participativas, mas também valoriza os elementos internos do
processo organizacional- o planejamento, a organização e a gestão, a direção, a
avaliação, as responsabilidades individuais dos membros da equipe e a ação
organizacional coordenada e supervisionada, já que precisa atender a objetivos
sociais e políticos muito claros, em relação à escolarização da população.
As concepções de gestão escolar refletem portanto, posições
políticas e concepções de homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza
e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais
amplos sobre a relação da escola com a conservação ou a transformação social. A
concepção funcionalista, por exemplo, valoriza o poder e a autoridade, exercidas
unilateralmente.
Enfatizando relações de subordinação, determinações rígidas de
funções, hipervalorizando a racionalização do trabalho, tende a retirar ou, ao
menos, diminuir nas pessoas a faculdade de pensar e decidir sobre seu trabalho.
Com isso, o grau de envolvimento profissional fica enfraquecido.
As duas outras concepções valorizam o trabalho coletivo,
implicando a participação de todos nas decisões. Embora ambas tenham
entendimentos das relações de poder dentro da escola, concebem a participação
de todos nas decisões como importante ingrediente para a criação e
desenvolvimento das relações democráticas e solidárias. Adotamos, neste livro,
a concepção democrático-participativa.
A Estrutura
Organizacional de uma Escola
Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de
organização interna, geralmente prevista no Regimento Escolar ou em legislação
específica estadual ou municipal. O termo estrutura tem aqui o sentido
de ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcionamento de um
todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente representada graficamente
num organograma um tipo de gráfico que mostra a inter-relações entre os
vários setores e funções de uma organização ou serviço. Evidentemente a forma
do organograma reflete a concepção de organização e gestão. A estrutura
organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e
Municípios e, obviamente, conforme as concepções de organização e gestão
adotada, mas podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades e
funções típicas de uma escola.
Organograma Básico de Escolas
Conselho de escola
O Conselho de Escola tem atribuições consultivas, deliberativas e
fiscais em questões definidas na legislação estadual ou municipal e no
Regimento Escolar. Essas questões, geralmente, envolvem aspectos pedagógicos,
administrativos e financeiros. Em vários Estados o Conselho é eleito no início
do ano letivo. Sua composição tem uma certa proporcionalidade de participação
dos docentes, dos especialistas em educação, dos funcionários, dos pais e
alunos, observando-se, em princípio, a paridade dos integrantes da escola (50%)
e usuários (50%). Em alguns lugares o Conselho de Escola é chamado de
“colegiado” e sua função básica é democratizar as relações de poder (Paro,
1998; Cizeski e Romão, 1997)[12]
Direção
O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da
escola, auxiliado pelos demais componentes do corpo de especialistas e de
técnicos-administrativos, atendendo às leis, regulamentos e determinações dos
órgãos superiores do sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola e pela
comunidade.
O assistente de diretor desempenha as mesmas funções na condição
de substituto eventual do diretor.
Setor técnico-•
administrativo
O setor técnico-administrativo responde pelas atividades-meio que
asseguram o atendimento dos objetivos e funções da escola.
A Secretaria Escolar cuida da documentação, escrituração e
correspondência da escola, dos docentes, demais funcionários e dos alunos.
Responde também pelo atendimento ao público. Para a realização desses serviços,
a escola conta com um secretário e escriturários ou auxiliares da secretaria.
O setor técnico-administrativo responde, também, pelos serviços
auxiliares (Zeladoria, Vigilância e Atendimento ao público) e Multimeios
(biblioteca, laboratórios, videoteca etc.).
A Zeladoria, responsável pelos serventes, cuida da
manutenção, conservação e limpeza do prédio; da guarda das dependências,
instalações e equipamentos; da cozinha e da preparação e distribuição da
merenda escolar; da execução de pequenos consertos e outros serviços rotineiros
da escola.
A Vigilância cuida do acompanhamento dos alunos em todas as
dependências do edifício, menos na sala de aula, orientando-os quanto a normas
disciplinares, atendendo-os em caso de acidente ou enfermidade, como também do
atendimento às solicitações dos professores quanto a material escolar,
assistência e encaminhamento de alunos.
O serviço de Multimeios compreende a biblioteca, os
laboratórios, os equipamentos audiovisuais, a videoteca e outros recursos
didáticos.
• Setor Pedagógico
O setor pedagógico compreende as atividades de coordenação
pedagógica e orientação educacional.
As funções desses especialistas variam confirme a legislação
estadual e municipal, sendo que em muitos lugares suas atribuições ora são
unificadas em apenas uma pessoa, ora são desempenhadas por professores. Como
são funções especializadas, envolvendo habilidades bastante especiais,
recomenda-se que seus ocupantes sejam formados em cursos de Pedagogia ou
adquiram formação pedagógico-didática específica.[13]
O coordenador pedagógico ou professor coordenador
supervisiona, acompanha, assessora, avalia as atividades
pedagógico-curriculares.
Sua atribuição prioritária é prestar assistência
pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz
respeito ao trabalho ao trabalho interativo com os alunos. Há lugares em que a
coordenação restringe-se à disciplina em que o coordenador é especialista; em
outros, a coordenação se faz em relação a todas as disciplinas. Outra atribuição que cabe ao
coordenador pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente
no que se refere ao funcionamento pedagógico-curricular e didático da escola e
comunicação e interpretação da avaliação dos alunos.
O orientador educacional, onde essa função existe, cuida
do atendimento e do acompanhamento escolar dos alunos e também do
relacionamento escola-pais-comunidade.
O Conselho de Classe ou Série é um órgão de natureza
deliberativa quanto à avaliação escolar dos alunos, decidindo sobre ações
preventivas e corretivas em relação ao rendimento dos alunos, ao comportamento discente,
às promoções e reprovações e a outras medidas concernentes à melhoria da
qualidade da oferta dos serviços educacionais e ao melhor desempenho escolar
dos alunos.
Instituições
Auxiliares
Paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas mantêm
Instituições Auxiliares tais como: a APM (Associação de Pais e Mestres), o
Grêmio Estudantil e outras como Caixa Escolar, vinculadas ao Conselho de Escola
(onde este existia) ou ao Diretor.
A APM reúne os pais de alunos, o pessoal docente e
técnico-administrativo e alunos maiores de 18 anos. Costuma funcionar mediante
uma diretoria executiva e um conselho deliberativo.
O Grêmio Estudantil é uma entidade representativa dos
alunos criada pela lei federal n.7.398/85, que lhe confere autonomia para se organizarem
em torno dos seus interesses, com finalidades educacionais, culturais, cívicas
e sociais.
Ambas as instituições costumam ser regulamentadas no Regime
Escolar, variando sua composição e estrutura organizacional. Todavia, é
recomendável que tenham autonomia de organização e funcionamento, evitando-se
qualquer tutelamento por parte da Secretaria da Educação ou da direção da
escola.
Em algumas escolas, funciona a Caixa Escolar, em outras um setor
de assistência ao estudante, que presta assistência social, econômica,
alimentar, médica e odontológica aos alunos carentes.
• Corpo Docente
O Corpo docente é constituído pelo conjunto dos professores em
exercício na escola, que tem como função básica realizar o objetivo prioritário
da escola, o ensino. Os professores de todas as disciplinas formam, junto com a
direção e os especialistas, a equipe escolar. Além do seu papel específico de
docência das disciplinas, os professores também têm responsabilidades de
participar na elaboração do plano escolar ou projeto pedagógico-curricular, na
realização das atividades da escola e nas decisões dos Conselhos de Escola e de
classe ou série, das reuniões com os pais (especialmente na comunicação e
interpretação da avaliação), da APM e das demais atividades cívicas, culturais
e recreativas da comunidade.
Os Elementos
Constitutivos do Sistema de Organização e Gestão da Escola
A gestão democrática-participativa valoriza a participação da
comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe a docência como
trabalho interativo, aposta na construção coletiva dos objetivos e
funcionamento da escola, por meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, do
consenso.
Nos itens interiores mostramos que o processo de tomada de decisão
inclui, também, as ações necessárias para colocá-la em prática. Em razão disso,
faz-se necessário o emprego dos elementos ou processo organizacional, tal como
veremos adiante.
De fato, a organização e gestão refere-se aos meios de realização
do trabalho escolar, isto é, à racionalização do trabalho e à coordenação do
esforço coletivo do pessoal que atua na escola, envolvendo os aspectos, físicos
e materiais, os conhecimentos e qualificações práticas do educador, as relações
humano-interacionais, o planejamento, a administração, a formação continuada, a
avaliação do trabalho escolar. Tudo em função de atingir os objetivos. Ou seja,
como toda instituição as escolas buscam resultados, o que implica uma ação
racional, estruturada e coordenada. Ao mesmo tempo, sendo uma atividade
coletiva, não depende apenas das capacidades e responsabilidades individuais,
mas de objetivos comuns e compartilhados e de ações coordenadas e controladas
dos agentes do processo.
O processo de organização educacional dispõe de elementos
constitutivos[14]5 que são,
na verdade, instrumentos de ação mobilizados para atingir os objetivos
escolares.
Tais elementos ou instrumentos de ação são:
Planejamento
-
processo de explicitação de objetivos e antecipação de decisões para orientar a
instituição, prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los.
Organização
-
Atividade através da qual se dá a racionalização dos recursos, criando e
viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado.
Direção/Coordenação
-
Atividade de coordenação do esforço coletivo do pessoal da escola.
Formação
continuada -
Ações de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais da escola para que
realizem com competência suas tarefas e se desenvolvam pessoal e
profissionalmente.
Avaliação
-
comprovação e avaliação do funcionamento da escola.
LIBÂNEO, José Carlos. “O sistema de organização e gestão da
escola” In: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola - teoria e
prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa, 2001.
Anexo5
CONSELHOS DE ESCOLA
Apresentação
A
Cartilha Conselho de Escola fundamenta-se em princípios da gestão democrática e
participativa, com tomada de decisão conjunta e integrada, e tem por objetivo
contribuir com os profissionais da educação, em especial os que atuam nas
unidades escolares, como diretor de escola, professor, professor coordenador
(PC), professor mediador escolar e comunitário (PMEC), e nas Diretorias de
Ensino, como dirigente regional de ensino, supervisor de ensino e professor
coordenador do núcleo pedagógico (PCNP).
Visa,
também, contribuir para que família, aluno e comunidade, partes integrantes do
processo de gestão educacional, participem na construção e decisão da Proposta
Pedagógica da escola, com o objetivo de fortalecer processos democráticos de
gestão para o fortalecimento da qualidade do ensino.
Convidamos
você para o estudo da Cartilha e suas proposições e esperamos que os conteúdos
apresentados contribuam nos desafios para o desenvolvimento de ações
inovadoras.
Introdução
Para
efetivar e consolidar a gestão escolar democrática são necessários mecanismos
que fortaleçam a participação da comunidade, da família, do aluno, do professor
e do funcionário da escola, sendo um deles o Conselho de Escola.
Assim,
o Conselho de Escola se configura como órgão colegiado fundamental, pois
envolve representantes de todos os segmentos da comunidade escolar,
constituindo-se em espaço de construção de novas maneiras de compartilhar o
poder de decisão e a corresponsabilidade da escola.
O
Conselho de Escola é fruto de um processo coerente e efetivo de construção
coletiva e tem papel decisivo na democratização da educação na escola,
considerando que reúne diretor, professor, funcionário, aluno, família e
representante da comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento
da Proposta Pedagógica.
É
importante reafirmar que o Conselho de Escola é uma ferramenta de gestão
democrática da educação para a construção da cidadania, sendo o aluno o foco
desse processo.
Em
vista disso, faz-se necessário o reforço de gestão para a melhoria das ações e
processos educacionais e da aprendizagem do aluno e sua formação.
Com
perguntas e respostas, a Cartilha aborda aspectos fundamentais da gestão, com o
objetivo de constituir processos da gestão democrática e participativa em sua
abrangência e especificidades para o aprimoramento dos resultados educacionais,
e também se caracteriza como eixo norteador do processo de fortalecimento do
Conselho como instrumento fundamental em articulação com os outros colegiados.
Papel do Conselho de
Escola
O
Conselho de Escola é um importante canal de comunicação para uma gestão
democrática e participativa da unidade escolar, considerando que é composto por
todos os atores, diretor, funcionário, especialista, aluno, família. Além
disso, também fortalece a participação dos demais colegiados e representantes
de lideranças da comunidade local.
A
funcionalidade do Conselho de Escola é fundamental para valorizar a gestão
democrática, participativa e cidadã.
Pontos positivos na
criação do Conselho de Escola
A
democracia e a participação abalaram as estruturas hierárquicas e as substituiu
por uma estrutura flexível e horizontal, o que vem privilegiar o diálogo e o
consenso na tomada de decisão. A criação do Conselho de Escola foi um marco
positivo na implementação de uma sociedade mais democrática, solidária e
participativa.
Sob
esse aspecto, o grande desafio é conquistar a participação e corresponsabilidade
dos atores de forma a mover uma ação com maior efetividade, considerando que:
a.
as decisões refletem a pluralidade de interesses e visões que existem entre os
diversos segmentos envolvidos;
b.
as ações têm um patamar de legitimidade mais elevado;
c.
há uma maior transparência nas decisões tomadas;
d.
garantem-se decisões efetivamente coletivas nas unidades escolares enquanto
espaço de cidadania.
Funções do Conselho
Abaixo
estão apresentados funções e aspectos do Conselho de Escola.
FUNÇÕES
|
ASPECTOS
|
Deliberativa
|
Refere-se
tanto às tomadas de decisão relativas às diretrizes e linhas gerais das ações
pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das
políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.
|
Consultiva
|
Refere-se
não só à emissão de pareceres para dirimir as dúvidas e tomar decisões como
também às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de
sua competência.
|
Fiscalizadora
|
Refere-se
ao acompanhamento e à fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e
financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas ações.
|
Mobilizadora
|
Refere-se
ao apoio e ao estímulo às comunidades escolar e local em busca da melhoria da
qualidade do ensino, do acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes.
|
Pedagógica
|
Refere-se
ao acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas pela unidade
escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para
melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola,
bem como a qualidade social da instituição escolar.
|
Composição do
Conselho de Escola
O
Conselho de Escola é composto por representação, com a participação de
docentes, especialistas de educação, funcionários, pais de alunos e alunos,
apresentando a seguinte proporção:
•
40% de docentes;
•
5% de especialistas de educação (exceto o diretor da escola);
•
5% de funcionários;
•
25% de pais de alunos;
•
25% de alunos.
No
Estado de São Paulo, o Conselho tem em sua composição de 20 (vinte) a, no
máximo, 40 (quarenta) membros, representados pelos segmentos das comunidades
escolar e local.1
Os
componentes do Conselho de Escola serão escolhidos entre seus pares, mediante
processo eletivo.
Os
membros do Conselho de Escola não poderão acumular votos, não sendo também
permitidos votos por procuração.
Cada
segmento representado no Conselho de Escola elegerá também 2 (dois) suplentes,
que substituirão os membros efetivos em suas ausências e impedimentos.
Os
representantes dos alunos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos
que, por força legal, sejam restritos aos que estiverem no gozo da capacidade
civil.
Principais
atribuições do Conselho de Escola
As
principais atribuições do Conselho de Escola são:
I.
Reunir-se, ordinariamente, duas vezes por semestre e, extraordinariamente, por
convocação do diretor da escola ou por proposta de, no mínimo, um terço de seus
membros.
II.
Deliberar sobre:
a.
diretrizes e metas da unidade escolar;
b.
alternativas de solução para problemas de natureza administrativa e pedagógica;
c.
projetos de atendimento psicopedagógico e material ao aluno;
d.
programas especiais visando à integração escola-família-comunidade;
e.
criação e regulamentação das instituições auxiliares da escola;
f.
prioridades para aplicação de recursos da escola e das instituições auxiliares;
g.
a designação ou a dispensa do vice-diretor de escola;2
h.
as penalidades disciplinares a que estiverem sujeitos os funcionários,
servidores e alunos da unidade escolar.
III.
Elaborar:
a.
o calendário e o regimento escolar, observadas as normas do Conselho Estadual
de Educação e a legislação pertinente;
b.
atas e registrar em livro próprio as decisões tomadas em reunião, com a devida
clareza, objetiva e fidedigna.
IV.
Divulgar amplamente reuniões com pauta definida para participação de todos os
atores envolvidos.
V.
Apreciar os relatórios anuais da escola, analisando seu desempenho em face das
diretrizes e metas estabelecidas.
2
A alínea “g” do inciso I do § 5º está com a redação dada pela Lei Complementar
nº 725/93, que foi revogada pela Lei Complementar nº 836/97. Vide Comunicado SE
de 31.3.86 sobre
Perfil do conselheiro
A
escolha do membro do Conselho de Escola deve pautar-se pela possibilidade de
efetiva participação, ajustada ao compromisso da representatividade e a
disponibilidade. O conselheiro deve:
a.
saber ouvir e dialogar;
b.
assumir a responsabilidade de acatar e representar as decisões da maioria;
c.
opinar;
d.
apresentar propostas.
Papel
do docente
O
docente deve:
a.
pertencer ao quadro do magistério e ao corpo docente da escola ou ser docente
contratado sob o regime especial de direito administrativo em exercício na
escola;
b.
divulgar o Conselho de Escola em reuniões de pais, como instância de controle
social e deliberativa;
c.
desenvolver ações interventivas na comunidade, promovendo troca de experiências
com os demais segmentos;
d.
acompanhar os indicadores escolares, promovendo salto na qualidade desse
processo;
e.
participar da elaboração da Proposta Pedagógica da escola.
Papel do especialista
de educação
O
especialista de educação tem extraordinário papel na coordenação e articulação
do processo de ensino e de aprendizagem, sendo corresponsável na liderança da
gestão pedagógica que deve ser o eixo a nortear o planejamento, a
implementação e o desenvolvimento das ações educacionais de forma integrada com
a direção escolar.
Nesse
sentido, abrem-se para o especialista três campos fundamentais de atuação na
escola, que, interligados e articulados entre si, abrangem as ações de
planejamento, implementação, organização e avaliação do processo de ensinar e
aprender, garantindo não só um clima interno favorável ao desenvolvimento
dessas ações, mas também a necessária e indispensável participação e
envolvimento da família e da comunidade.
Os
três campos fundamentais de atuação do especialista na escola são:
a.
desenvolvimento curricular de ensino e de aprendizagem;
b.
organização escolar;
c.
relações internas e com a comunidade.
Papel
do funcionário
A
atuação do funcionário pauta-se nas seguintes atribuições:
a.
ter iniciativa para tomar decisões;
b.
relacionar-se bem com as comunidades escolar e local;
c.
ter disponibilidade para atuar na condição de representante do seu segmento;
d.
pertencer ao quadro de servidores da unidade escolar;
e.
estar em pleno exercício de suas funções;
f.
pensar juntamente com o Conselho de Escola ações para otimizar o trabalho
administrativo, combatendo práticas de favoritismos;
g.
propor ao Conselho de Escola cursos de formação na área da administração
escolar;
h.
promover discussão no âmbito do Conselho de Escola sobre o papel do funcionário
na organização do trabalho escolar;
i.
propor ações ao Conselho de Escola voltadas para o zelo do patrimônio público
juntamente com outros segmentos da comunidade escolar;
j.
participar da elaboração da Proposta Pedagógica da escola.
Papel da família
São
incumbências da família:
a.
ter iniciativa para encaminhar as questões inerentes ao cotidiano da escola;
b.
relacionar-se bem com as comunidades escolar e local;
c.
ter disponibilidade para atuar na condição de representante do seu segmento;
d.
ter filho ou ser responsável por estudante devidamente matriculado na unidade
escolar;
e.
propor junto ao Conselho de Escola ações que fortaleçam a relação
escola-família-comunidade;
f.
trabalhar como agente multiplicador com a finalidade de sensibilizar e
mobilizar as famílias a participar da vida escolar dos filhos;
g.
acompanhar a assiduidade de professores, funcionários e gestores e dar ciência
ao Conselho de Escola;
h.
acompanhar o processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno;
i.
participar ativamente do Conselho de Escola;
j.
elaborar com o núcleo gestor as reuniões de pais na unidade escolar;
k.
participar da elaboração e aprovação da Proposta Pedagógica da escola;
l.
consultar as leis (Constituição da República Federativa do Brasil, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ECA, PNE, Art. 95 da LC 444/85 e o
Decreto nº 57.571/2011).
Papel do aluno
A
participação do aluno no Conselho de Escola consiste em:
ter
iniciativa, espírito de liderança como agente multiplicador do processo na
comunidade escolar;
b.
ter disponibilidade para atuar na condição de representante de seu segmento;
c.
criar um canal de diálogo com os demais alunos da escola a fim de conhecer as
dificuldades que se apresentem no cotidiano escolar;
d.
discutir e analisar com todos os alunos e encaminhar ao Conselho de Escola as
demandas que interferem na qualidade do processo ensino-aprendizagem, como
recursos didáticos, estrutura física e as vulnerabilidades do aluno, família e
comunidade;
e.
participar da elaboração e da aprovação da Proposta Pedagógica.
Papel do diretor
São
funções do diretor de escola no Conselho de Escola:
a.
desempenhar uma liderança que impulsione a autoconstrução, o compromisso, a
responsabilidade em garantir qualidade do processo de ensino e de aprendizagem;
b.
coordenar as relações entre todos os profissionais, alunos e a comunidade
escolar, enfocando uma educação que permita uma relação democrática e participativa;
c.
ter visão de conjunto na articulação dos vários setores, como o administrativo
e o pedagógico, e com estreita relação com as comunidades escolar e local;
d.
promover a gestão participativa e democrática como novo paradigma na
administração escolar, por meio da gestão colegiada, com responsabilidades
compartilhadas pelos ambientes interno e externo da unidade escolar;
e.
resgatar o papel da escola pública como referência no território.
Participação
efetiva dos conselheiros
A
efetiva participação dos conselheiros pressupõe:
a.
escolher bem os representantes;
b.
garantir o respeito às decisões tomadas no colegiado;
c.
convocar reuniões extraordinárias para assuntos urgentes a qualquer tempo;
d.
participar de forma sistêmica das reuniões;
e.
ampliar os canais de comunicação nos ambiente interno e externo da escola;
f.
informar com antecedência a pauta da reunião.
Fortalecimento
do colegiado
Para
fortalecer o colegiado é necessário:
a.
fomentar a participação efetiva e democrática de todos os atores, de forma a
conduzir o exercício da cidadania em que todos tenham acesso a uma educação de
qualidade;
b.
promover as decisões de forma compartilhada;
c.
garantir o direito a voz e voto;
d.
propor soluções alternativas para viabilizar ações inovadoras.
Papel da escola
A
função social da escola é ensinar e garantir a aprendizagem do aluno. Para
isso, faz-se necessário:
a.
ter foco na realidade territorial onde a unidade escolar se insere e
comprometer-se com a transformação social, por meio do fomento à participação
democrática de todos os segmentos que compõem o Conselho de Escola;
b.
ter finalidade precípua em preparar cidadãos;
c.
propiciar que a escola seja local de vivência da cidadania;
d.
integrar escola, família e comunidade na participação e na ação em rede em
favor da educação de crianças, adolescentes e jovens;
e.
ser espaço rico de possibilidades no exercício da cidadania como referência no
seu território;
f.
promover o conhecimento e o saber, visando à formação de cidadãos críticos,
transformadores, participativos e democráticos.
Legislação federal
•
Constituição da República Federativa do Brasil, publicada em 5 de outubro de
1988.
•
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN – Lei Federal nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996.
•
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, publicado em 13 de julho de 1990.
•
Plano Nacional de Educação – PNE, de 15 de dezembro de 2010.
Legislação
estadual
•
Lei Complementar nº 444, de 27 de dezembro de 1985. Dispõe sobre o Estatuto do
Magistério Paulista.
•
Parecer CEE nº 67, de 18 de março de 1998. Normas Regimentais Básicas para as
Escolas Estaduais.
•
Comunicado SE Conselho de Escola, publicado em 31 de março de 1986.
•
Comunicado SE Conselho de Escola, publicado em 10 de março de 1993.
•
Comunicado Conjunto CEI/COGSP, de 29 de janeiro de 2009. Dispõe sobre
convocação do Conselho de Escola e APM.
•
Decreto nº 57.571, de 2 de dezembro de 2011. Institui o Programa “Educação
Compromisso de São Paulo”.
FUNDAÇÃO
PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE – SP 2014
[2] Aqui é interessante a leitura de
Antonio Gramisci – os intelectuais e a organização da cultura.
[3] O termo invisibilidade social é um
conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis
socialmente, seja por preconceito ou indiferença. http://jornalsociologico.blogspot.com.br/2009/05/invisibilidade-social.html
[4] Na escola onde trabalho duas das três
pessoas que cuidam da limpeza são funcionárias antigas, antes contratadas pela
APM, depois pela empresa que venceu a licitação da terceirização desse serviço.
Uma delas é ex aluna do EJA e a outra ex cozinheira. A que chegou por último é
bem jovem e tenho insistido com ela da necessidade de voltar a estudar e ter
outras opções profissionais na vida. São queridas e convidadas para todas as
atividades lúdicas envolvendo os demais profissionais da escola.
[5]
No fim dessa proposta existem uma série de sugestões de outros filmes sobre o
tema gestão escolar.
[6]
Para saber mais sugiro a leitura “PLANO
DE FORMAÇÃO DO CONSELHO DE ESCOLA”
[7] Para conhecer a importância das rotinas
sugiro a leitura do “Plano
de Formação das Professoras Coordenadoras Pedagógica”
[8] Para saber mais
sugiro a leitura “PLANO FORMAÇÃO GRÊMIO
ESTUDANTIL DA EE PROF ISAAC SCHRAIBER 2015” -
http://eeprofessorisaacschraiber.blogspot.com.br/2015/05/plano-formacao-gremio-estudantil-da-ee.html
[9] Gracindo,
Regina Vinhaes. Gestão democrática nos sistemas e na escola. Brasília :
Universidade de Brasília, 2009.
[10]
Jose Carlos Libaneo: Pós doutorado pela Universidade Lalladoid (Espanha) Prof
Titular Universidade Federal de Goias.
[11]
É necessário atentar que existe diversos entendimentos do que se deva ser a
gestão participativa enquanto forma concreta de organização escolar. Na
bibliografia final apresentamos varias obras que expõem diferentes pontos de
vista dessa questão. O autor apresenta aqui seu própria entendimento.
[12] A descrição das várias funções da estrutura organizacional das
escolas foi retirada, em boa parte, do livro de Vitor H. Paro, Por Dentro da Escola Pública, (1996).
[13] A formação específica de supervisores ou coordenadores pedagógicos
tem sido motivo de bastante polêmica entre os educadores, com diferenças
marcantes de posições. Para melhor conhecimento do assunto, ver o livro Pedagogia e Pedagogos, para quê?
(Libâneo, 1999), e o artigo de Libâneo e Pimenta, na revista Educação e Sociedade, n.68, 1999
[14] Esses elementos constitutivos da organização são designados,
também, na bibliografia especializada, de funções administrativas ou
etapas do processo administrativo. Os autores geralmente mencionam
as quatro funções estabelecidas nas teorias clássicas da Administração Geral:
planejamento, organização, direção, controle